O programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), desta quinta (22), recebeu a presidente da Agência de Inovação e Desenvolvimento de Ponta Grossa, Tônia Mansani de Mira, que trouxe dicas para facilitar a vida do empreendedor.

“Para você empreender, é preciso conhecer o mercado”, frisa Tônia. A Agência possui um programa chamado Decola – A Arte do Começo, que aborda justamente questões sobre o conhecimento do empreendedor sobre o mercado em que ele busca investir e as tendências de mercado.

Por um lado, vários empreendedores se veem inclinados a investir num hobby. “Nem sempre aquilo que a gente ama e tem como hobby é um negócio certo. Porque pode ser um hobby para mim, mas o mercado não está entendendo que ele vai precisar daquilo. Não tenho que colocar o que eu quero fazer, mas ver o que o mercado precisa”

Por outro, muitos empreendedores inexperientes que são levados pela “moda” do momento – o que acaba sendo contraproducente, visto que muitos empreendimentos de um mesmo segmento saturam o mercado e essa moda passa ou o negócio se torna obsoleto. Exemplos marcantes das duas últimas décadas são as lan houses; o comércio de frozen yogurt e as paleterias mexicanas: tinha em todo lugar e, de repente, não tem mais.

De acordo com Tônia, um segmento de mercado que captou muito bem a necessidade ou o interesse do público é o segmento pet. “Hoje você gasta quanto per capita por animal? Você percebe que é uma tendência de mercado, não um modismo. O empreendedor peca por não conhecer o mercado”, enfatiza.

A presidente da Agência de Desenvolvimento e Inovação observa que há uma série de instituições e destaca, entre elas, o Sebrae, que instruem o micro e pequeno empreendedor a respeito de novas apostas de tendências de mercado. “Inovar é se manter relevante no mercado e acompanhar as tendências”, salienta.

Outra aposta de mercado que Tônia vê crescer cada vez mais é o de alimentação saudável, com cada vez mais pessoas assumindo uma postura vegana, que se descobre com alergias ou intolerância a alguns ingredientes ou, ainda, que adota dietas restritivas. “Se pensarmos qual é a tendência, vivemos em um mundo cada vez mais doente, com stress. Então, é uma tendência o bem-estar. Independe o ramo que vou abrir meu negócio, se eu atendo a essa tendência de bem-estar, de um mundo verde, com menos agrotóxico”, frisa.

Ela observa que as pessoas estão resgatando elementos do passado, como o vinil, por estarem em busca de “descompressão”. Num universo em que tudo se tornou urgente e instantâneo – e que adoece cada vez mais pessoas – cresce a necessidade de “desacelerar”. Cabe aí o sucesso desse segmento de bem-estar.

“O empreendedor não está vendo tendência e os que conseguem crescer, exponencialmente, muito rápido, é porque percebeu essa tendência e esse anseio do mercado”, ressalta.

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Confira a entrevista na íntegra: