De acordo com pesquisa divulgada nesta semana pela Câmara Técnica Permanente de Comércio e Serviços, do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG), em parceria com o Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas (Nerepp), do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), os negócios menores são mais frágeis, são consideradas menos essenciais e continuam com dificuldades para conseguir auxílios do governo. A pesquisa realizada entre os dias 19 e 28 de maio e contou com 273 questionários respondidos por empresários.
Segundo a pesquisa, mais de 85% das empresas pesquisadas eram de pequeno porte, MEIs ou microempresas. Foi observado que ao analisar a essencialidade, mais da metade das MEIs e microempresas não foram consideradas essenciais. Cenário diferente das empresas de médio e grande porte que, embora sejam a minoria dos estabelecimentos, 63% das de médio porte e 56% das de grande porte, foram classificadas como essenciais. “Percebe-se que entre as empresas de grande e médio porte a maioria era essencial. Característica antagônica da observada para as MEIs e Microempresas, as quais apresentaram, na maioria das áreas, empresas não essenciais”. aponta Augusta Pelinski Raiher, pesquisadora do Nerepp.
O estudo registrou que a maioria das empresas tiveram 80% ou mais de queda do seu faturamento nesse período. Considerando a essencialidade da empresa, ratifica-se a queda menor das receitas para aquelas empresas que foram consideradas essenciais, de modo que apenas 20% dos seus estabelecimentos tiveram queda de 80% ou mais do seu faturamento, contra 53% dos estabelecimentos não essenciais. “Entre os essenciais, aproximadamente 20% manteve e até mesmo elevou sua receita no período de medidas de distanciamento, contra 8% dos não essenciais”, explicou Augusta.
Na média, a perda de faturamento entre os estabelecimentos não essenciais foi de 65%, contra 40% de queda dos essenciais, ressaltando que, no conjunto, a perda média foi de aproximadamente 55%. Se comparar com o mês de abril, a queda foi um pouco menor, entretanto, manteve-se a mesma tendência.
Para o coordenador da Câmara Técnica, Felipe Podolan, esta tendência continuou, mas em intensidade menor em virtude da flexibilização das medidas restritivas e da abertura em horário reduzido e escalonado do comércio local. “Entendo que o que está faltando é deixar o comércio fluir e para isso, dependemos da pandemia, da flexibilização das medidas governamentais e do comportamento responsável da população. Não é momento para pensar em fomento, mas sim em estratégias de retorno à normalidade”, aponta Podolan.
Da assessoria