Terça-feira, 07 de Maio de 2024

Médico faz alerta sobre baixo número de pediatras e aumento no número de doenças respiratórias em crianças

2022-05-16 às 14:49

A mudança de estação e a chegada de temperaturas mais baixas têm aumentado de maneira inédita a busca por atendimentos em casos de problemas respiratórios, especialmente pediátricos, no sistema de saúde. O médico otorrinolaringologista da clínica O1 Saúde, Rafael Francisco dos Santos, afirma que o crescimento é sazonal, mas faz um alerta. “Todos os serviços estão notando que os números estão muito acima do encontrado nos últimos anos. Não se tem comprovação científica do motivo pelo aumento, mas existe inferência de termos ficado dois anos em isolamento. As pessoas terem diminuído a circulação pode ter levado a uma diminuição de estímulo para o sistema imunológico”, afirma.

O problema acomete todas as faixas etárias, mas as crianças passam por maiores dificuldades. “A população pediátrica, crianças abaixo de nove, dez anos, sofre mais porque o sistema imunológico delas ainda está em formação e carece desse estímulo contínuo que as infecções leves ocasionam”, pontua.

Dificuldades

Além do crescimento no número de atendimento de casos respiratórios, o médico afirma que há outra dificuldade enfrentada pelas famílias. “Aliada a uma demanda acima da média histórica, temos uma falta de profissionais para fazer atendimento de urgência e emergência para essas crianças. Para o público pediátrico temos uma dificuldade histórica com o número de especialistas, que está reduzido. O número de profissionais pediatras que saem do curso de residência médica é muito menor que a necessidade da população. Isso acontece há 15, 20 anos. É uma questão histórica porque a pediatria é uma especialidade que demanda muita atenção, muito plantão, e é considerada relativamente difícil de ser exercida. A procura dos novos médicos com relação à essa especialidade não é tão grande quanto deveria ser”, conta Rafael.

Para evitar problemas, o médico dá uma sugestão: “Procurem, de preferência, seu médico de confiança, deixando assim os serviços de urgência e emergência para os casos mais graves. Para as crianças, o pediatra, e para os adultos o seu médico de confiança”.