Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e José Amilton, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (17), o cirurgião cardiovascular Dr. Marcelo Ferraz de Freitas tirou dúvidas e deu orientações para a prática atividades físicas.
Dr. Marcelo Freitas destaca a importância que a atividade física exerce no corpo humano, não só para a redução de eventos e doenças do coração, mas de todas as doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e o próprio câncer. “A atividade física estruturada, aquela que é feita com regularidade, com tempo mínimo dedicado no dia e na semana, vai acumulando benefícios metabólicos e hormonais e vão modificando nosso ambiente”, afirma.
Segundo o médico, toda atividade física deve ser orientada e ofertada por pessoas competentes. Ele cita como exemplo o Crossfit. “A proposta inicial foi formatada para pessoas de qualquer idade e de qualquer condição de vida começar, através das atividades funcionais, melhorar a qualidade de vida, condição geral e combater doenças crônicas. A proposta está vinculada à saúde. O problema é que existem derivações que fogem à essência de propagação de saúde responsável e aí vêm as lesões”, diz.
“Mas não tem melhor e nem pior. Tem aquela modalidade de treinamento que mais agrada o paciente. A importância da atividade física na vida da pessoa, não é se ela vai ser um especialista na modalidade, o importante é estar fazendo atividade física”, destaca.
Muitas vezes a atividade física é comparada como uma atividade ‘terapêutica’. Dr. Marcelo explica que o motivo é a liberação de dois hormônios durante a prática de exercício. “A serotonina, que é um antidepressivo e a endorfina que é um anestésico. Tanto que são substâncias que são liberadas pelo açúcar, ato sexual e vai criando um ambiente de equilíbrio que têm um efeito químico no cérebro trazendo bem-estar, tranquilidade e relaxamento”, pontua.
Sintomas relacionados à problemas no coração
O médico afirma que poucas pessoas têm oportunidade de ter o sintoma clássico de um infarto, que geralmente é associado a uma dor intensa no peito, que corre para o braço direito, base no pescoço, suor frio, sensação eminente de morte. “Infelizmente, em 50% das pessoas que vão ter um infarto, o primeiro sintoma é a morte súbita”, revela.
A orientação é para que pacientes com comorbidades, obesos, sedentários, tabagistas, diabéticos, devem começar a fazer avaliações o quanto antes, para prevenir possíveis problemas no coração.
Dr. Marcelo Freitas também explica que enquanto a mulher está tendo os ciclos menstruais, tem uma produção do hormônio estrogênio que é um protetor muscular. “Ele diminui o colesterol ruim, aumenta o colesterol bom. Nessa fase a mulher tem, em tese, maior proteção cardiovascular. Lógico, desde que tenha controlado os outros fatores de risco, como obesidade e sedentarismo”, diz. Desta forma, depois da menopausa, a mulher deixa de ter essa produção de estrogênio e então nessa circunstância, o risco cardiovascular aumenta.
Ao ser questionado sobre o estresse, Freitas observa que esta é uma característica fisiológica do corpo humano. “Mas hoje ficamos com esse mecanismo 24h ligado, em maior ou menor intensidade. Estamos o dia inteiro em alerta, bombardeado pelo acesso de estimulante como a adrenalina, o dia inteiro com o coração palpitando, com a pressão alta. E uma hora ele pifa. A grande importância é reconhecer que isso está acontecendo por si ou pelo meio, aí vem o remédio. Portanto nos compete buscar válvulas de escape, de acrescentar no nosso estilo de vida elementos que possam se contrapor a essa situação, além da atividade física, a leitura, pintura, atividades intelectuais onde a pessoa pode se dedicar naquele momento para ela”, orienta.
Confira a entrevista completa: