O papa Francisco beatificou João Paulo I em uma missa para cerca de 25 mil pessoas na Praça São Pedro, no Vaticano, neste domingo (4).
A fórmula de beatificação de Albino Luciani, que governou a Igreja Católica entre 26 de agosto e 28 de setembro de 1978, em um dos pontificados mais breves da história, foi recebida com aplausos da multidão, enquanto era revelado um retrato feito pelo artista chinês Yan Zhang na fachada da Basílica de São Pedro.
A festa do novo beato será celebrada anualmente em 26 de agosto, data de sua eleição como papa. “Nós, acolhendo o desejo de nosso irmão Renato Marangoni, bispo de Belluno-Feltre, e de muitos outros fiéis, após ter recebido o parecer do Dicastério para as Causas dos Santos, concedemos que o venerável servo de Deus João Paulo I seja chamado de agora em diante de beato”, disse Francisco.
Após a proclamação, uma sobrinha de João Paulo I, Lina Petri, levou ao altar uma relíquia do último pontífice italiano: um escrito de Albino Luciani em uma folha branca datado de 1956.
“O novo beato encarnou a pobreza do discípulo, que não significa apenas se desapegar dos bens materiais, mas, sobretudo, vencer a tentação de colocar o próprio eu no centro e de buscar a própria glória”, afirmou Jorge Bergoglio durante a missa.
“Seguindo o exemplo de Jesus, foi um pastor tranquilo e humilde. Com o sorriso, o papa Luciani conseguiu transmitir a bondade do senhor”, acrescentou o pontífice.
A beatificação foi realizada após o reconhecimento pelo Vaticano de um suposto milagre atribuído a João Paulo I: a cura de uma menina de 11 anos que sofria de uma “encefalopatia inflamatória grave e aguda, de epilepsia refratária e de choque séptico”, em Buenos Aires, capital da Argentina, em julho de 2011.
Nascido em Canale d’Agordo, norte da Itália, em 17 de outubro de 1912, Luciani era proveniente de família humilde e se sentou no trono de Pedro por apenas 33 dias.
Seu jeito carismático lhe rendeu o apelido de “papa dos sorrisos”, e ele também foi o primeiro pontífice a adotar um nome duplo, em homenagem a seus dois antecessores, João XXIII e Paulo VI, ambos já canonizados.
João Paulo I representava uma figura de renovação na Igreja Católica, mas morreu em 28 de setembro de 1978, vítima de um ataque cardíaco fulminante, aos 65 anos de idade.