Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (20), o paratleta Trajano Ferreira Caldas Neto, conversou sobre os desafios da acessibilidade em Ponta Grossa e destacou a importância da Associação Ponta-Grossense de Emancipação das Pessoas com Deficiência (APEDEF), instituição da qual é presidente.
Trajano Neto é paratleta ranqueado entre os 10 melhores do Brasil, palestrante com duas participações a nível internacional, é formado em Administração e atualmente cursa pós-graduação em Ciências Políticas. Neto é deficiente visual há nove anos e, desde então, descobriu uma paixão pelo esporte, o que transformou a sua vida completamente.
“A perda da visão foi em 2014, trabalhava na área da construção civil, sou mestre de obras, tinha mais de 20 funcionários registrados, fui embora descansar e no outro dia acordei sem enxergar do olho esquerdo. Comecei a me tratar aqui em Ponta Grossa e em Curitiba. Após um ano e três meses acabei perdendo a visão direita também, até então eu acreditava que poderia voltar a visão, aí veio aquele pensamento: “agora ferrou”. Mas não era o fim de nada, era o começo. Foi ali que eu conheci a APADEVI e depois conheci o esporte, que foi o que me transformou, e me leva a vários pódios”, relembra.
Ele ainda completa. “Não foi fácil no começo, mas o esporte trouxe tudo de maravilhoso que está acontecendo na minha vida. Importante falar que quando eu enxergava, não tinha tantas oportunidades como vejo hoje. Esporte mudou minha vida”, afirma.
Após ser apresentado ao esporte adaptado, Trajano está entre os 10 melhores do Brasil e pretende crescer ainda mais. “Estou procurando alçar voos mais longos, quero ir pra fora do país. Lançamento de dardo é a minha prova principal, mas também faço lançamento de disco, arremesso de peso, corrida de cavalo”, conta.
APEDEF
Atualmente, Trajano é presidente da Associação Ponta-Grossense de Emancipação das Pessoas com Deficiência (APEDEF) – antes conhecida como Associação Ponta-Grossense de Esportes para Deficientes Físicos, que é moradia para 20 pessoas com deficiências. “Recebemos um valor do convênio com a prefeitura, que ajuda bastante, fazemos campanhas e doações e corremos atrás do resto”.
O espaço conta com 20 funcionários, entre cuidadoras, cozinheiras, coordenação e diretoria. “Todos dão o máximo, para cada dia funcionar melhor e trazer, cada dia mais, aquela sensação de liberdade e naturalidade, para aqueles moradores esquecerem que estão em um lugar que é uma instituição, são casas normais, que moram pessoas com limitações, mas não precisam viver isolados, podem sair passear, claro que sempre monitorados por nós, mas podem viajar, ter uma vida normal. Para eles, que estão na instituição, somos a família”, destaca Trajano.
Trajano ainda convida a comunidade para conhecer a instituição. “Importante deixar o convite, às vezes conhece um parente, vizinho, que tem algum tipo de limitação, procure a APEDEF, para a gente auxiliar da melhor forma. Esse auxílio é totalmente gratuito”, diz o paratleta.
Para saber mais sobre a APEDEF e o trabalho de Trajano, acompanhe as redes sociais:
@apedef_pg
@trajanonetooficial
Confira a entrevista completa: