Na manhã desta quarta-feira (15), o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, esclareceu os procedimentos que serão adotados no combate ao coronavírus para evitar a superlotação nos hospitais do município.
O Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HU-UEPG) informou, na noite de ontem (14), que atingiu o limite capacidade de atendimento e os 20 leitos de UTI destinados exclusivamente para o tratamento do novo coronavírus estão ocupados. Para garantir que os pacientes graves da Covid-19 recebam atendimento hospitalar, a Prefeitura Municipal está colocando à disposição dez novos leitos no Hospital Municipal, abrindo 10 novos leitos de UTI para o Hospital Universitário em até 48 horas e ativando a contratação de outros 10 leitos no Hospital Bom Jesus como retaguarda.
Rangel esclarece que a maioria dos pacientes internados atualmente na ala Covid-19 do HU-UEPG não são de Ponta Grossa. “Muitas pessoas pensam que como o Hospital Universitário chegou a capacidade máxima dos leitos de UTI, então Ponta Grossa teve uma evolução abrupta dos casos graves. Na verdade, a média dos casos graves em Ponta Grossa continua constante”, comenta Rangel.
De acordo com o boletim emitido pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), o município tem apenas seis pacientes confirmados com Covid-19 internados em leitos de UTI, sendo cinco no Hospital Universitário e um no Hospital Geral da Unimed. Também estão sendo atendidos no HU-UEPG outros dois pacientes de Ponta Grossa com suspeita de infecção pelo novo coronavírus que ainda aguardam o resultado dos exames.
O prefeito lembra que o Hospital Universitário é referência no atendimento à Covid-19 em a toda a região dos Campos Gerais, que compreende cerca de 1 milhão de habitantes. “Nós recebemos pacientes de toda a região e o que aconteceu nos últimos dias é que a doença migrou para o interior. Vejam só como cresceu da noite para o dia, muito rapidamente”, alerta.
Para Rangel, mesmo com a maioria dos pacientes em estado grave sendo de outras cidades, a situação é preocupante. “Não deixa de ser preocupante, porque nós estamos priorizando o Hospital Universitário como referência da Covid-19. Nós vamos disponibilizar mais leitos para que a população não fique sem atendimento, mas é claro que quando você tem o atendimento exclusivo para o coronavírus em um só lugar, quando o hospital se torna referência, a resolutividade também é maior”, pondera.
As informações foram dadas durante o ‘Programa Nilson de Oliveira’, apresentando por Rangel na Rádio Mundi FM.
Liberação de mais leitos de UTI para o Hospital Universitário
A assessoria de imprensa do Hospital Universitário informou na última terça-feira (14) que não há mais leitos disponíveis na UTI da ala da Covid-19. Os 20 leitos destinados para o tratamento da doença estão ocupados.
Poucas horas depois, Rangel afirmou que está viabilizando junto ao Governo do Estado a liberação de mais dez leitos em regime de emergência no Hospital Universitário. A expectativa é que em até 48h sejam abertos novos leitos de UTI no HU. “Está evoluindo muito rápido, estamos passando pelo pico da doença. Não temos mais condições de receber pacientes de outras cidades neste momento”, disse em vídeo postado nas redes sociais.
Hospital Municipal à disposição como retaguarda
Em caráter emergencial, Rangel colocou à disposição, como retaguarda aos pacientes graves do coronavírus, os leitos do Hospital Municipal Amadeu Puppi. “A Prefeitura coloca à disposição os leitos de UTIs do Hospital Municipal como retaguarda para Covid-19. Até a implementação de mais 10 leitos nas UTIs do Hospital Universitário, a Prefeitura disponibilizará sua estrutura de UTIs para atendimento emergencial, em ala específica”, escreveu o prefeito nas redes sociais.
Hospital Bom Jesus terá 10 novos leitos de UTI
Por fim, Rangel também pediu ao Governo do Estado a ativação do contrato firmado pela Secretaria de Estado de Saúde do Paraná (SESA) com o Hospital Bom Jesus para ativação de retaguarda de UTIs para a Covid-19. Serão 10 novos leitos colocados à disposição da população na unidade hospitalar em ala específica para a Covid-19. “O Hospital Bom Jesus já está preparado e precisa apenas ser contratualizado. Nós não poderíamos fazer isso antes, porque não tinha nenhum paciente e você já estava pagando. Se você contratualiza antes pode dar problema depois”, justifica.
Pedro Compasso, médico pneumologista e representante do comitê Covid-19 do Hospital Bom Jesus, conta que a instituição se ofereceu à Regional de Saúde para ser hospital de referência no tratamento da doença, juntamente com o HU. “Ao fazer isso, o hospital se adequou a necessidades para este ato. Hoje, o Bom Jesus tem duas UTIs com 10 leitos cada. O hospital ofereceu uma UTI inteira para o Estado, uma UTI pronta, que já está funcionando”, explica.
O médico ainda afirma que também foram oferecidos 35 leitos de enfermaria. “É uma ala isolada do resto do hospital. O pessoal não precisa passar por lá para ir para outro lugar”, comenta. Ele também explica que assim como os leitos de UTI, os leitos de enfermaria são extremamente importantes no combate à doença. “A maioria dos pacientes não vai pra UTI, e todo paciente que vai para a UTI ele precisa ir para um quarto depois. Então, para cada leito de UTI tem que ter pelo menos dois de enfermaria”, complementa.
Como será o atendimento enquanto os novos leitos não chegam
A reportagem do D’Ponta News conversou com Robson Xavier, chefe da 3° Regional de Saúde, que confirmou que novos leitos de UTI estão sendo viabilizados para o atendimento de pacientes com Covid-19.“Foi publicada uma nova resolução que determina como serão os procedimentos para a contratação de UTI’s. Fizemos uma reunião com os hospitais ontem (13), encaminhamos a resolução para que eles possam enviar documentação. Neste momento estamos trabalhando para a abertura de dez novas UTIs. Não necessariamente será no Bom Jesus, até porque estamos aguardando equipamentos”, disse o responsável pela 3° Regional de Saúde.
Para quem precisar de vaga de UTI neste período, Robson explica que a determinação será da ‘Central de Leitos’. “Nós trabalhamos de forma macrorregional. Os usuários do SUS que necessitarem serão direcionados para o local que pode ofertar o acesso aos serviços de saúde. Nesse sentido nossos pacientes podem ir para Telêmaco, Guarapuava, Curitiba. Todos os leitos são regulados pela Central de Leitos”, diz.
Robson reforça que a lotação máxima é temporária. “Esse número de 20 leitos ocupados no HU é muito variável. Pode ser que amanhã nós tenhamos pacientes que possam receber alta para leitos clínicos”, conclui.