Domingo, 17 de Novembro de 2024

Pré candidato à OAB/PR conversa com advogados em Ponta Grossa

2021-09-28 às 17:46

A pré-campanha para a Ordem dos Advogados do Brasil seccional Paraná (OAB/PR) já começou e a chapa de oposição à atual direção está rodando o interior em pré campanha. Nessa quinta-feira (30), o pré-candidato Marcelo Trindade conversa com advogados e advogadas de Ponta Grossa a partir das 9 horas no Rotary Clube. O encontro é aberto aos profissionais interessados no futuro da Ordem e da profissão.

Apesar das dificuldades enfrentadas durante a pandemia de Covid 19, a OAB/PR teve um superavit de 9,5 milhões de reais, conforme prestação de contas da própria OAB/PR. No entanto, a advocacia iniciante praticamente não contou com o apoio da Ordem para lidar com as dificuldades impostas pelas mudanças no ambiente profissional.

Conforme Trindade, “quando as coisas se transformam na velocidade em que estão se transformando, elas afetam principalmente aqueles que estão começando. Para esses, é muito difícil acompanhar o ritmo da transição. Cabe a OAB zelar pela dignidade da profissão”.

Cerca de dois terços dos advogados do Paraná encontram-se no interior do estado. Marcelo Trindade e Thais Takahashi querem ouvir a advocacia local. E também apresentar sua pré-candidatura, pelo Movimento Algo Novo. 

 

Serviço:

Pré-candidato à OAB/PR conversa com advogados de Ponta Grossa

Quinta-feira (30), 9 horas.

Rotary Clube – Rua Comendador Miró, 306

 

Um novo mundo, uma nova advocacia, uma nova OAB

A advocacia mudou, porque o mundo mudou. E quando o mundo muda, ele muda para todo mundo: das grandes bancas – com vários funcionários, boas tecnologias e presença digital – às pequenas boutiques e escritórios que trabalham de maneira artesanal. Muda, também, para o advogado autônomo, que se dedica sozinho, em home office, quase sem estrutura, mas com a perseverança de quem acredita naquilo que escolheu – e quer construir algo grande.

Mesmo assim, quando as coisas se transformam na velocidade em que estão se transformando, elas afetam principalmente aqueles que estão começando, que são jovens e têm recursos escassos.

Para esses, é muito difícil acompanhar o ritmo da transição. Muitas vezes, falta também uma ideia clara de como agir nos novos tempos.

Por isso, existe a OAB. É um dos deveres da Ordem zelar pela dignidade da profissão, que consiste no trabalho árduo e difícil de garantir direitos e combater injustiças.

É papel da OAB ajudar os novatos a entrarem na era digital, se familiarizarem com as novas plataformas, aplicativos e tecnologias jurídicas. Por que não? É para isso que serve uma entidade de representação.

E também a identificar e desbravar novos nichos de mercado, menos congestionados, com mais oportunidades. Abrir espaço para quem precisa consolidar uma carreira. Inclusive seus próprios espaços físicos, que precisam ser acessíveis a todos os seus quadros.

Em um mercado em que a concorrência é feroz e os honorários estão em queda, a OAB tem que agir, com autonomia, para equilibrar a balança da justiça, e assegurar que haja justiça também entre os seus. A Ordem existe também para corrigir desigualdades. Não apenas na capital do estado, mas no interior, onde estão nada menos do que dois terços dos advogados do Paraná.

É tempo de colocar a Advocacia novamente de pé, com a distinção, a grandeza e a altivez que ela merece. Defender firmemente que os advogados sejam respeitados e que suas prerrogativas – que por extensão também são as prerrogativas de seus clientes – sejam honradas à risca, em todos os casos. É uma questão de deferência profissional e de cidadania. Não se faz Justiça sem Advocacia, tampouco Advocacia sem Justiça. E, cada vez mais, é essencial que a OAB recupere o protagonismo que já teve na defesa do Estado Democrático de Direito.

Se o mundo muda, a Advocacia também tem que mudar. E mudar sem medo. Hoje, não é suficiente o que já foi. É preciso Algo Novo.

É um novo mundo. É uma nova advocacia. É preciso uma nova OAB.

 

Quem é Marcelo Trindade, candidato à presidência da OAB/PR

Marcelo Trindade é o que os americanos chamam de self-made man, um homem que se fez por conta própria. De Alegrete, formou-se em Direito pela UFSM em 92. Poucos meses depois, estava em Curitiba, onde fez carreira. Começou a advogar sozinho.

“Nem secretária tinha. Era uma salinha, alguns móveis e meia dúzia de processos. Desde que entrei na faculdade, nunca pensei em ser juiz, promotor, nada disso. Eu sempre quis ser advogado.”

No Paraná, lançou-se numa empreitada inovadora. Desbravou um novo nicho jurídico, a defesa dos servidores públicos, que na época despertava pouco interesse nos colegas.

Em 95, ganhou o reforço de um amigo de faculdade. Os dois ergueram o Trindade & Arzeno Advogados Associados, fundado oficialmente em 99.

A aposta no novo mercado deu certo, e em menos de dez anos o escritório era referência na área do Direito Administrativo no PR. Depois, expandiu pra RS, SC, SP, MG e DF. O leque de atuação também cresceu e passou a incorporar os ramos cível, trabalhista e previdenciário.

“Sempre estabeleci metas de crescimento pra mim, como profissional. Queria ser referência, então estabeleci onde eu queria estar no longo prazo. Eram metas que alguns consideravam absurdas, mas que eu cumpri.”

No Paraná, o Trindade & Arzeno foi a primeira banca a registrar um plano de carreira para seus jovens advogados no Ministério do Trabalho. No escritório, todos os que não são sócios têm carteira assinada.

Uma parte dos lucros também é dividida igualmente entre todos. “Tenho o mesmo respeito pelos iniciantes e por quem está no topo da carreira. São todos meus colegas e têm minha consideração.”

Marcelo Trindade conhece o árduo caminho da profissão. “A advocacia me deu muito. Consegui superar todas as expectativas que tinha quando comecei. Então, posso oferecer muito hoje pra Advocacia, principalmente pra quem está começando.”

Pré-candidato à presidência da OAB/PR, quer aplicar na entidade a mesma filosofia que conduz seu escritório. “Hoje, a OAB/PR tornou-se uma entidade cartorial, um clube para poucos. Quando me formei, a OAB dava orgulho. A gente se reconhecia nela, existia esse sentimento. Os advogados precisam saber que, quando eles precisarem, a OAB vai estar lá.”

 

Quem é Thais Takahashi, candidata à vice-presidência da OAB/PR

Forte, combativa e decidida: essas são características que definem Thais Takahashi, advogada de Cornélio Procópio, especialista em Direito Previdenciário e do Trabalho. Traços, aliás, que se estendem a todas as mulheres que atuam no Direito e precisam enfrentar um cenário tão marcado pela desigualdade. Ao optar pela advocacia, Thais seguiu os passos do pai e em pouco tempo expandiu o escritório que ele fundara em 1975, a Takahashi Advogados. Pré-candidata à vice-presidência da OAB/PR, Thais levanta a bandeira de uma entidade mais atuante na defesa dos advogados e advogadas, da Constituição Federal e do Estado Democrático de Direito.

Vencer adversidades foi desde cedo parte do dia a dia de Thais. “Fiz faculdade em Presidente Prudente, ia e voltada todos os dias, 210 Km, a partir do terceiro ano. Passava mais tempo na estrada que em aula!”. A experiência valeu a pena: já saiu da faculdade com uma carteira razoável de clientes, fato bastante incomum na realidade que vemos hoje.

O exemplo familiar não apenas incentivou Thais a se tornar advogada, mas também a ser atuante em prol da defesa da profissão. “Sempre participei da OAB por causa do meu pai, que foi tesoureiro aqui na subseção em várias gestões”. A advogada participou como secretária adjunta de 2010 a 2015, momento em que começou a sentir que a entidade não vinha representando a classe e debatendo seus problemas. “Como sempre fui combativa, enfrentava sozinha. Quando comecei a pedir ajuda, a OAB era inerte”.

Como Thais nunca teve o perfil de quem permanece de braços cruzados diante de uma insatisfação, de 2016 a 2018 foi presidente da subseção de Cornélio Procópio. Sua gestão foi marcada pela pluralidade e descentralização. “Temos que agregar todo mundo, somos a favor da advocacia”.

Com muito trabalho, Thais realizou um de seus grandes sonhos: criar cavalos e resgatar cachorros, além de trabalhar pro bono para entidades de proteção aos animais. 

A pré-candidatura de Thais chega em momento oportuno para agregar pluralidade de ideias e posicionamentos em prol de todos os advogados e advogadas do Estado, alcançando também aqueles de menor porte e iniciantes, que em muitos momentos ficam à margem dos debates da entidade. “Tenho personalidade forte. Eu faço pra hoje, coloco em prática tudo aquilo que eu penso”.

 

da assessoria