Segunda-feira, 16 de Setembro de 2024

Prefeitura de PG reforça serviços de apoio psicológico à população durante quarentena

2020-06-15 às 17:48
Foto: PMPG

Desde o mês de março, Ponta Grossa vem passando momentos de mudanças e restrições sociais por conta da pandemia. Nesta situação é necessário que toda a população ajustasse suas rotinas e permanecesse em casa, em isolamento social. Com as alterações, que acabam afetando todas as pessoas, sem distinção de idade, a Prefeitura Municipal, através da Fundação de Saúde (FMS) em parceria com o Programa Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva (PRMSC), vem reforçando e trabalhando com ações ligadas a preocupação com a saúde mental de todos. Por conta disso, criou-se uma Central Telefônica específica para situações ligadas ao Covid-19, mas também se trabalha com os atendimentos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

O canal telefônico de comunicação, que recebe em média 100 pedidos por dia, foi uma maneira que a FMS encontrou para ouvir a população que estivesse aflita com o isolamento social e prestar apoio psicológico durante o período de pandemia. “Hoje temos uma rede de residentes e alunos de medicina que atuam na Central COVID-19, além do atendimento especializado pelo Estado para pessoas com síndromes depressivas ou em sofrimento”, comenta o coordenador do Núcleo de Educação Permanente da FMS, Carlos Eduardo Coradassi.

Para o coordenador é importante que a central possa auxiliar e minimizar essas situações de sofrimento da população, que são muitas vezes, desencadeadas pelo distanciamento social. E também, contribuir com esclarecimentos.

Na Central, seis psicólogas residentes do programa são as responsáveis por prestar o acolhimento necessário a cada indivíduo. “Após identificada a demanda quem atendeu a ligação anota os dados da pessoa que está buscando o apoio, passa para as psicólogas e transfere a ligação por meio do ramal. Os profissionais dão os primeiros atendimentos e realizam encaminhamentos quanto necessário”, informa a Coordenadora de Saúde Mental, Elaine Peclat Bastos.

Diante das demandas apresentadas, são tomadas medidas padrões de acordo com a necessidade da pessoa. Uma das providências é o encaminhamento dos relatos até as Redes de Atenção Psicossocial, como o CAPS, Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) e Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Município.Devido a atual situação, estabelecimentos do Município como CAPS sofreram alterações nos serviços e precisaram readaptar o tratamento realizado com os pacientes. O CAPS Infanto-juvenil, que atende crianças e jovens com transtornos mentais graves, foi um dos afetados pelo isolamento social e teve mudanças nas atividades como explica a psicóloga, Luidiane Karoline Araújo Teixeira Trajano.

“Tivemos que mudar a dinâmica. Antes tínhamos os grupos terapêuticos e com a pandemia o serviço continua, mas sem os grupos. Atualmente fazemos a assistência individual por telefone e em situações necessárias, quando não é possível resolver o problema remotamente, agendamos uma conversa”.
A psicóloga Camila da Silva Eidam de Lima, do CAPS de Transtorno Mental, que atende casos de depressão e de ansiedade em adultos, comenta que a atual situação de quarentena é algo que as pessoas não estão acostumadas. Fazendo com que, nas novas circunstâncias, fosse necessária a readequação da rotina. “Como tivemos um aumento nas demandas relacionadas a depressão, temos dado algumas orientações e suportes para as pessoas que estão passando por isso”, relata.

Assim como os outros Centros de Atenção o CAPS Álcool e Droga, também passou por readaptações no tratamento realizado com os dependentes alcoólicos e químicos. “Com o aparecimento do novo coronavírus e a necessidade dos cuidados preventivos para se evitar a contaminação, todas as atividades presenciais foram suspensas. Com isso, o CAPS transferiu toda a sua atuação prioritária para o tele atendimento”, conta Fernanda de Moura Berard Siqueira, coordenadora do Centro.
Os atendimentos telefônicos são feitos pelo grupo de terapeutas dos CAPS, sendo eles psicólogo, terapeuta ocupacional, assistente social e educador físico. O trabalho remoto é realizado através do Projeto Terapêutico Singular (PTS), de forma que cada paciente mantenha o mesmo tratamento feito presencialmente. “No tele atendimento a gente ajuda cada indivíduo a resgatar as suas próprias metas que já estavam em andamento ou a propor novos objetivos semanais. Resgatando as coisas que já eram trabalhadas ou ajudando cada sujeito a fortalecer os seus recursos internos e os recursos da sua rede de apoio”, explica.

Neste momento é essencial ter alternativas para manter a mente saudável, além dos tratamentos psíquicos com profissionais, como atividades que ocupem a mente enquanto a quarentena se estende. A saúde mental é responsável pela qualidade de vida psicológica e pela forma que os indivíduos lidam com as próprias emoções. “Para minimizar os sintomas, deve-se tentar manter um hábito saudável com alimentação e sono regrados, praticar exercício físico e realizar tarefas prazerosas. Além de procurar não se cobrar tanto ou comparar a rotina com a de outras pessoas, porque isso faz você se sentir improdutivo”, explica psicóloga Camila.

Horário e telefone de atendimento dos Centros e do Call Center:

CAPS TM – das 8 h às 18 h, pelo número 3220-1015 com ramal 4049.
CAPS IJ – das 8 h às 18 h, pelo número 3027-2088.
CAPS AD – das 8 h às 18 h, pelo número 3220-1000 com ramal 4047/4048.
Central COVID-19 – das 8 h às 22 h, pelo número 3220-1019.