Sábado, 04 de Maio de 2024

Psiquiatra Tarcísio Fanha Dornelles alerta sobre uso de medicamentos para dormir

2022-05-09 às 11:26

Em entrevista ao Programa Manhã Total, apresentado na rádio Lagoa Dourada FM, nesta segunda-feira (9), o médico psiquiatra Dr. Tarcísio Fanha Dornelles falou sobre medicamentos para dormir e a importância do sono para a saúde.

O médico avalia que o uso de remédios para dormir é benéfico, dependendo de cada caso, porém requer responsabilidade. “Vamos usar [o medicamento] para ajeitar o sono no momento. O importante é ir atrás da causa e por quê o sono está alterado. Usar o medicamento não é o problema, o problema é ser o único tratamento, sem que se avalie a causa do motivo disso estar acontecendo”, explica.

Um dos medicamentos mais utilizados para dormir é o Clonazepam. Porém, o uso do remédio requer responsabilidade pois pode causar dependência nos pacientes, conforme explica Dornelles. “O Clonazepam é menos provável de causar tolerância, que é você precisar usar doses cada vez maiores para ter efeito, mas dependência ele causa. Por isso precisa ser usado com muito cuidado. É preciso pensar: é para tratar efeitos colaterais de ansiedade, depressão? Medicações antidepressivas demoram cerca de 2 a 4 semanas para ter efeito terapêutico. Nesse período é adequado um remédio para dormir, o que é errado é tratar só com este remédio, porque não está tratando o problema real”, alerta.

O médico também enfatiza a importância de criar bons hábitos para o momento de dormir e realizar a chamada ‘higiene do sono’. “É a gente ter comportamentos para organizar o nosso corpo para que o momento de dormir seja para dormir. Então você reserva sua cama para dormir e para atividade sexual somente. Para assistir televisão, vai para outro lugar e deita na cama só quando estiver com sono. Se você deitar e ficar com o celular, você vai treinando o seu corpo que a cama é para usar o celular e não dormir”, afirma.

O sono pode ser sintoma de várias doenças, segundo Dr. Tarcísio, por isso é necessário investigar a fundo para descobrir qual o tratamento mais adequado. “Na depressão pode ter a insônia terminal, que não é específica da depressão, mas é mais comum, quando a pessoa acorda no final do sono e não volta a dormir. A insônia do ansioso é aquela que o paciente não consegue começar a dormir. E também pode ter a hipersonia, que é o caso da pessoa ter sono o dia inteiro. Aí nós não vamos tratar com remédio para dormir, tem que investigar qual é a causa base para tratar”, pontua.

Dr. Tarcísio ainda finaliza explicando que, para além das doenças, existem pessoas que realmente precisam de mais tempo para dormir. Porém, é preciso ficar em alerta se o sono vem acompanhado de outros sintomas. “Têm pessoas que não precisavam de muitas horas de sono e passam a precisar, essa a mudança não é legal, precisa ser avaliada. Mas têmm pessoas que mais precisam de mais tempo para dormir e isso não é errado”, declara.

Confira a entrevista completa com o psiquiatra Dr. Tarcísio Fanha Dornelles: