Na manhã desta quinta-feira (9), o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel deu mais detalhes de como irá funcionar o novo protocolo de prevenção à Covid-19 no município. Ele afirma que a medida é baseada na avaliação médica e monitoramento desses pacientes.
Nesta semana, médicos e infectologistas do Centro Operacional de Emergência (COE) discutiriam a possibilidade do uso da ivermectina, medicamento utilizado no tratamento de vários tipos de infestações por parasitas, para prevenir o contágio pelo novo coronavírus. O prefeito então autorizou a aquisição e distribuição do medicamento para a população e outras ações.
Rangel explica a escolha do medicamento e revela por que a hidroxicloroquina foi deixada de lado. “Segundo o nosso comitê formado por médicos e infectologistas, a hidroxicloroquina tem um problema, que são os efeitos colaterais cardiovasculares. Quem toma o medicamento pode ter palpitação e aumento da arritmia cardíaca. Isso é um problema sério quando você distribui o medicamento para muitas pessoas”, justifica.
O prefeito lembra que, diferente da hidroxicloroquina, a ivermectina não tem contraindicação e não causa efeitos colaterais preocupantes. “A ivermectina é um medicamento que é o ministrado normalmente para crianças. As crianças tomam ivermectina porque é um remédio para lombriga”, conta.
Embora seja um medicamento considerado seguro, Rangel defende a necessidade de acompanhamento médico. “Não é o prefeito que vai dar o medicamento para todo mundo como aconteceu lá em Itajaí, em Santa Catarina. Isso, na minha opinião, é irresponsabilidade mesmo. Todo medicamento, não importa se é infantil, tem que ter acompanhamento médico”, alerta.
O prefeito destaca ainda que, de acordo com os estudos científicos, a ivermectina não impede o contágio do novo coronavírus, mas sim que a doença se agrave. “Segundo os especialistas, as pessoas pegam a doença, mas os sintomas não são tão graves e aí a gente começa a impedir que elas vão para a UTI. Não quer dizer que você não vai pegar a Covid-19 ou que vai se curar da doença”, detalha.
Prefeito irá se submeter ao mesmo tipo de tratamento médico
Rangel revela ainda que ele mesmo irá se submeter ao tratamento. O médico da minha família, que nos acompanha há muitos e muitos anos, me receitou isso. Eu vou tomar ivermectina. Ele receitou para mim e para a minha família, para os meus filhos, para a minha esposa, para os meus pais”, comenta.
“Se eu tenho direito, por que a população não pode ter esse direito também? Eu acho que direito é para todo mundo. Se eu posso ir lá na farmácia, com receita médica, comprar um medicamento e ministrar, toda a população também tem que ter”, afirma. De acordo com o prefeito, a medida irá beneficiar quem não tem essa oportunidade ou não tem como comprar o medicamento. “Se eu tenho esse direito, eu quero esse mesmo direito para toda a cidade”, frisa.
O prefeito acredita ainda que a medida será apoiada pela maioria dos ponta-grossenses. “A grande maioria da população, acredito que até 90% da população, quer um ato pró-ativo do governo. Não quer que o governo fique esperando as coisas acontecerem”, enfatiza.
Por fim, Rangel adianta que o comitê formado por médicos e infectologistas está elaborando o protocolo com a segurança clínica para a distribuição e que o medicamento ivermectina e outros compostos estarão à disposição da população nos próximos dias. “Ponta Grossa vai oferecer esse direito para a população. Se existe essa possibilidade e o medicamento não causa mal, por que a gente não vai fazer?”, questiona.
Veja em detalhes como será o novo protocolo de prevenção à Covid-19
O médico Rodrigo Manjabosco, secretário-adjunto da Fundação de Saúde de Ponta Grossa, deu mais detalhes sobre como irá funcionar o novo protocolo de prevenção ao coronavírus no município. Ele classificou a medida como responsável e enfatizou que o medicamento não será distribuído livremente para toda a população. “Na verdade, o município vai adotar o protocolo para a população que possui comorbidades ou que tenha maior risco de vir a sofrer a doença na forma grave”, esclarece.
Ele destaca ainda que a prescrição do medicamento só será realizada com avaliação do médico. “Ou seja, os pacientes que receberão o tratamento serão avaliados pelos nossos profissionais das unidades de saúde. Aquele que o médico achar que tem vantagem usar a medicação e, com isso, assegura um melhor tratamento para o paciente, evitando uma complicação da doença, receberá o tratamento”, detalha.
Rodrigo conta ainda que o paciente deverá assinar um termo de responsabilidade para poder receber a medicação e também será acompanhado posteriormente para monitorar o seu estado de saúde e evitar possíveis complicações.
As declarações foram dadas durante o ‘Programa Nilson de Oliveira’, transmitido pela Rádio Mundi FM.