Domingo, 29 de Setembro de 2024

Reitor da UEPG revela andamento das obras de reforma do antigo prédio do Pronto Socorro

2023-04-04 às 17:24

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (4), o reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Miguel Sanches Neto, falou sobre os projetos da universidade e o andamento da reforma do prédio do antigo Pronto Socorro.

O reitor da UEPG explica que os projetos da reforma que irá transformar o antigo prédio do Pronto Socorro em um Ambulatório Universitário foram entregues na sexta-feira (31). “A reforma será realizada em três fases: a primeira é fazer uma adequação interna do prédio para que a universidade transfira para lá os seus consultórios médicos, vamos ter a parte de exames e imagem no prédio do ambulatório”, conta.

Neste momento, quem está fazendo a reforma do prédio é a Prefeitura de Ponta Grossa, porque o prédio está no nome do Município. “O Beto Preto, na última reunião com a prefeita e comigo, se comprometeu em fazer o repasse de R$ 8,5 milhões para dar continuidade a esta obra”, afirma explicando que, no futuro, o prédio será um ‘Hospital Dia’, voltado para pequenos procedimentos cirúrgicos.

“As pessoas perguntam por que que demora? Os projetos têm que ser aprovados pela Vigilância Sanitária, Bombeiros, existe todo um protocolo que a gente tem que seguir”, relembra.

Com isso, a UEPG irá contar com dois ambulatórios para atender a população. “Vamos ter dois ambulatórios, estamos construindo um ambulatório novo, ao lado do HU, as obras começam mês que vem, são R$ 15 milhões, Beto Preto esteve aqui e assinou a liberação desses recursos. A parte de Uvaranas, que é o maior bairro de Ponta Grossa, poderá utilizar e os municípios vizinhos também. No antigo Pronto Socorro vamos colocar um outro ambulatório, teremos dois em paralelo para distribuir este atendimento”, pontua.

Hospital Universitário

Segundo Miguel Sanches Neto, o Hospital Universitário está em uma “situação muito favorável”. “Em 2019 o orçamento que a SESA mandava pra gente era em torno de R$ 73 milhões por ano. Em 2022 a SESA passou pra gente R$ 148 milhões. Esse valor é traduzido em atendimento, aumentamos número de leitos, de atendimentos. Hoje está com as contas equilibradas, não sobra, mas também não falta dinheiro”, diz.

O reitor ainda revela um plano para o ano de 2030: a construção de uma nova torre para o HU. “Eu falei para a nossa equipe que eu não gostaria de fazer puxadinhos ao lado do HU, eu gostaria de construir uma nova torre, já passei isso para o Beto Preto, ele falou que o plano é um pouco ousado, mas uma nova torre teria passarelas ligando os andares das duas torres, de tal forma que a gente tenha uma estrutura que comporte a saúde daqui 10, 15 anos”, conta.

Aproximação da comunidade

“Eu sempre digo: a solução de qualquer problema da região dos Campos Gerais passa necessariamente pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Não quer dizer que nós temos a solução, mas podemos ajudar a construir, seja na área da Educação, Ciência, Indústria, Inovação, Saúde, como a Universidade tem praticamente todas as áreas do conhecimento, somos bons parceiros para a comunidade”, diz. Nestas duas últimas gestões, Miguel Sangues afirma que lutou pela ideia de “derrubar os muros entre a universidade e a comunidade, ou seja, aquela pessoa que não fez um curso na UEPG, ela pode ser beneficiada pelos projetos de extensão, pelo esporte, caminhando no nosso campus, tivemos uma preocupação muito grande de fazer com que a UEPG se aproximasse da comunidade”, completa.

Um destes projetos que beneficiam a comunidade externa é a Universidade Aberta para Terceira Idade (UATI). “São 300 pessoas que estão na terceira idade e têm atividades recreativas, atividades didáticas e qualquer pessoa da comunidade que esteja na terceira idade pode fazer parte desse projeto”, explica.

Outro projeto de destaque é o Campo de Treinamento (CT) do Operário, fruto de uma iniciativa junto à área privada. “O OFEC precisava de uma área para fazer o seu Centro de Treinamento, teria que comprar ou alugar, nós fizemos um convênio e hoje o CT do Operário é dentro da UEPG, permitindo que os nossos atletas do clube Operário e os times que o visitam, façam seus treinos na UEPG e permitindo que nossos alunos entrem em contato com o futebol profissional. Quem ganha com isso é o esporte e a Universidade”, diz.

A construção do novo Instituto Médico Legal de Ponta Grossa também é mais um exemplo do poder público usufruindo a estrutura da UEPG. “O município sempre teve um problema crítico com o IML, caindo muro, estrutura antiga, inadequada, lugar ruim, acesso difícil. Com ajuda do deputado Hussein Bakri e Estacho, conseguimos que a secretaria de segurança investisse R$ 14 milhões na UEPG e estamos construindo um IML modelo universitário, dentro da UEPG. Esse projeto é interessante porque tem toda a parte de anatomia, que é de ensino, ao lado da parte do IML propriamente dito”, afirma. “São parcerias, tanto com instituições privadas, como públicas, que demonstram que a Universidade pode ser sim transformadora da realidade da região”, completa.

Caso de racismo na UEPG

Sobre o caso de racismo que terminou com o afastamento de dez alunos do 1º ano do curso de jornalismo da UEPG, o reitor afirma que a universidade precisa “ajudar a resolver esses problemas que são crônicos na sociedade brasileira”. “O racismo é estrutural, vem durante séculos maculando nossa sociedade e quando você tem alunos de uma universidade pública, que recebem gratuitamente o ensino e que manifestam publicamente atitudes racistas, a universidade tem que aplicar a legislação existente no Brasil sobre isso, a única coisa que fizemos: havia uma comissão, que chegou pela expulsão dos alunos e que foi referendada pelos conselhos administrativos e universitário”, afirma.

“Pensamos de que forma o crime de racismo poderia prejudicar a própria imagem da cidade e da universidade, e principalmente pensamos naquela vítima, do aluno que é negro, negra, que está dentro de uma sala de aula e sofre uma ofensa dessa natureza. Tomamos as atitudes que eram necessárias serem tomadas naquele momento”, destaca, relembrando que 15% das vagas do vestibular da UEPG são reservadas para negros.

Confira a entrevista completa: