Guarapuava está se tornando uma cidade referência em pesquisas na área da saúde dia após dia. Desde a concepção do Instituto de Pesquisa para o Câncer (Ipec), novas ideias surgiram e as parceiras ganharam força. E não é apenas na área de pesquisa para o câncer, já que o instituto fará pesquisas genômicas em diferentes áreas, como agricultura e pecuária também. Prova desse cenário de expansão da pesquisa em Guarapuava é que uma pesquisa realizada aqui, por pesquisadores da Unicentro e de outras 13 instituições, que irá investigar a relação entre fatores genéticos de pacientes infectados pelo novo coronavírus, foi destaque em Revista da USP e também em notícias nacionais.

Liderada pelo médico e professor da Unicentro, que também integra o comitê de monitoramento da doença na cidade e é presidente do Ipec, David Livingstone Figueiredo, a pesquisa irá investigar os fatores genéticos que tornaram alguns indivíduos, que mesmo não pertencendo ao grupo de risco, ficaram mais propensos a desenvolver quadros de maior gravidade da Covid-19. “Nosso objetivo é compreender se há uma relação genética que deixa uma pessoa mais ou menos propensa a desenvolver quadros graves de coronavírus”, explica David.

O estudo científico irá selecionar amostras já coletadas de sangue e tecidos dos pacientes com manifestações leves, moderadas e graves da doença em cidades paranaenses e paulistas, já que a pesquisa conta com a parceria também de instituições do Estado de São Paulo, incluindo USP e Unesp. Serão analisadas até 800 amostras, dependendo dos dados que serão coletados ainda pelos pesquisadores. “Vamos olhar para os pacientes, entender porque as respostas clínicas são diferentes para cada um deles, se componentes genéticos podem ser mais propensos a avanços ou não da gravidade da doença em cada indivíduo”, explica o presidente.

MUNICÍPIO É UM DOS PRIMEIROS A FOMENTAR PARCERIA

A parceria entre a Prefeitura de Guarapuava e o Ipec não é de hoje. Até mesmo a construção do Hospital do Câncer (local em que o Instituto se estabelecerá) conta com recursos do poder público municipal. Para a pesquisa genômica destaque, além de recursos municipais e do Ipec, a pesquisa também conta com aporte financeiro da Seti e repasse financeiro da Câmara Municipal de Vereadores.

Para o prefeito, Cesar Silvestri Filho, investir em pesquisa e inovação é uma necessidade para a cidade. “O Instituto nasceu com esse objetivo mesmo: ser referência em pesquisa para todo o Brasil. O município enxergou que essa parceria seria de sucesso e investimos constantemente para a efetivação das pesquisas. Agora com o coronavírus vimos mais uma possibilidade de investimentos que auxiliariam muito na solução de problemas através da medicina genômica”, afirma Cesar Filho.

A pesquisa genômica, desenvolvida pelo Ipec sobre o coronavírus está colocando Guarapuava, cidade do interior paranaense, como uma das referências em pesquisa genômica no mundo. “Não só a cidade, mas todo o Paraná se insere nesse novo cenário. Aqui vivemos em uma cidade que enxergou que a pesquisa pode mudar a realidade da cidade e isso já é uma realidade”, finalizou David.

Informações e imagens: Prefeitura de Guarapuava