Quinta-feira, 15 de Maio de 2025

Reposição de colágeno deixa de ser somente questão estética e passa a tratar doenças articulares, explica farmacêutica

2022-09-16 às 16:06

Proteína de macromolécula produzida pelo nosso próprio organismo, o colágeno se torna uma preocupação a partir dos 25 anos de idade, quando essa produção começa a diminuir. Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e Jonathan Jaworski, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), desta sexta (16), a farmacêutica Sthefany Alves, da Eficácia Brasil, explica o que é e quais são, afinal, os benefícios desta substância cada vez mais presente nos rótulos da dermocosmética.

Segundo a farmacêutica, tudo contribui para esse déficit na produção de colágeno a partir dos 25 anos de idade: nossa rotina de bem-estar, alimentação, se pratica exercícios físicos ou não. Dessa idade em diante é recomendado fazer reposição de colágeno.

Sua principal função é de sustentação da nossa pele, garantindo a ela firmeza e elasticidade. “Quanto mais você tem colágeno, consequentemente, diminui o envelhecimento, vai demorar para aparecer as ruguinhas e as linhas de expressão”, afirma Sthefany.

A tecnologia e as pesquisas conseguiram colocar no mercado vários tipos de colágeno para reposição. “Até alguns anos atrás, a pessoa tomava apenas um tipo de colágeno, que vai para onde mais necessita no organismo. Hoje, temos vários tipos e as pessoas até ficam na dúvida sobre qual colágeno devem tomar”, explica a farmacêutica.

Aplicação para além da estética

Portanto, há diferentes tipos de colágeno no mercado, para finalidades cada vez mais específicas. Existem tanto os colágenos para uso oral – em pílulas ou solúvel, por exemplo – e de uso tópico, na forma de séruns, cremes e géis, que vão estimular a produção do colágeno. E existe o tratamento in/out, que trata a beleza de dentro para fora, tanto com formas tópicas quanto com suplementos nutricionais e nutricosméticos.

“Temos hoje tanto o colágeno para a parte de sustentação, firmeza e elasticidade, que é o que o pessoal já conhece, mas temos colágenos para tratamento de artrite, artrose, dores crônicas na parte óssea e muscular. Hoje, principalmente, o público idoso é muito atingido com isso”, explana. Ou seja, há um tipo de colágeno para a estrutura da pele e outro para as cartilagens e articulações.

Sthefany acrescenta que o colágeno é um blend de aminoácidos – taurina, lisina, prolina, entre outros – que são encontrados em variados alimentos, como a carne vermelha e nos vegetais, especialmente os legumes, porém, em pequenas quantidades. Como a população busca opções mais rápidas e práticas para a alimentação, não há garantia de que essas substâncias estarão presentes, o que dificulta a reposição a partir dos alimentos, que seria o ideal.

Assim, o recomendável é procurar um profissional habilitado, seja um farmacêutico, um nutricionista ou dermatologista a fim de introduzir na dieta o colágeno de uso oral. A falta de viço e de brilho na pele, que fica com aparência ressecada, já indica falta de colágeno.

Se a questão que leva o cliente a procurar reposição de colágeno for as linhas de expressão, perda de firmeza e de elasticidade, o colágeno mais indicado seria o Verisol, cuja dose diária ideal é de 2,5 gramas. A partir dos 25 anos, Sthefany já recomenda o uso preventivo, para manter o nível de colágeno. O Verisol é um pó solúvel, vendido em sachês, que pode ser diluído em água ou suco e consumido pela manhã ou à noite.

“Com 20 doses, já começamos a notar a diferença na pele. Uma pessoa que nunca usou, nunca teve esse costume de cuidar da pele já vai sentir uma boa diferença”, aponta.

Apesar de não ter contraindicação, por ser uma proteína, a recomendação é de limitar a dose diária a, no máximo, cinco gramas. Acima disso, pode dar uma sensação de “peso”, similar a quando comemos demais e algumas pessoas podem sofrer com azia. “Mas é muito raro acontecer isso. É algo que promove o bem-estar mesmo e não tem nenhuma contraindicação”, salienta.

O uso pode até mesmo ser associado a outros suplementos alimentares, para quem começou uma atividade física e visa ao emagrecimento. “Dependendo da suplementação que você faz, se a pessoa já faz uma atividade física e quer ajudar na parte de emagrecimento, pode fazer a conciliação de colágeno com algumas outras vitaminas e minerais e aí pode fazer um pré ou pós-treino ou colocar como um pós-café da manhã ou lanche da tarde. Vai ajudar também a diminuir uma refeição com muita caloria e diminuir o peso também”, sugere.

Outro avanço nesse sentido é o desenvolvimento do colágeno vegano, para atender à demanda cada vez mais crescente desse público. A gelatina, que é o alimento que o senso comum mais associa ao colágeno, é de origem animal, produzida a partir de cartilagens e, por não ter alta concentração e ser do tipo que não tem atuação específica – vai para onde o corpo mais precisa – se tornou ultrapassada, “coisa de vó”.

Confira a entrevista de Sthefany Alves na íntegra: