O programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero na Rádio Lagoa Dourada FM, entrevistou o monge Dom Anselmo, do Mosteiro da Ressurreição, nesta quinta-feira (7). Ele contou como é a rotina dos monges e deu detalhes sobre o incêndio que atingiu a fábrica de velas do Mosteiro, na última semana.
Dom Anselmo relata que a rotina diária dos monges começa às 4h da manhã e envolve, principalmente, orações e trabalho. “Acordamos às 4h, mas a cada semana tem um monge que acorda às 3h para fazer o café. Tem uma oração às 4h20. Depois temos a Lectio Divina que é a leitura orante da sagrada escritura até às 6h15. Neste intervalo tomamos o café e 6h15 tem a segunda oração que termina às 7h30. Depois temos um horário de leitura de qualquer livro até às 8h30. Depois temos uma oração de 15 minutos. Aí começam os trabalhos de 8h45 até 12h. Às 12h tem uma oração de 15 minutos, almoço, lavamos os pratos e descanso até 14h15”, conta.
As atividades seguem no período da tarde. “Depois tem uma oração até 14h45 e depois trabalho até às 17h, ou formação para os mais novos. Às 17h paramos, tomamos banho, 17h30 oração, depois jantar, lavar pratos, aí tem uma pequena reunião e a última oração que termina lá por 19h30. Mas a grande maioria não vai dormir, depois nós temos que fazer silêncio absoluto, mas um vai ler outro vai estudar”,explica.
Trabalhos
Dom Anselmo afirma que os religiosos não têm um salário e sobrevivem dos seus trabalhos. “Nós temos o trabalho da sobrevivência que é a agricultura e a fábrica de velas que é o nosso ganha pão, assim como a padaria e lojinha”, diz. Além disso, existem também os trabalhos do cotidiano, que envolvem cozinhar, lavar e passar roupas, cuidar dos jardins e do bosque, por exemplo.
“Eu trabalho também como enfermeiro do mosteiro, além disso trabalho com a diagramação e publicação dos livros, também sou bibliotecário. Cada monge tem umas sete ou oito funções”, explica.
Curiosidades
Entre as curiosidades da vida religiosa, o monge revela que ele e os colegas não têm o costume de assistir televisão no Mosteiro. “Nós temos uma televisão, porém não assistimos regularmente. Não temos um horário para isso, mas também porque a nossa vida é baseada em oração e trabalho”, conta.
Dom Anselmo ainda conta que somente nos domingos eles assistem a um filme ou quando ocorre algo de relevância nacional, como eleições ou até mesmo a copa do mundo, acompanham dependendo dos horários.
Incêndio
Dom Anselmo conta que 90% da renda do Mosteiro é proveniente da venda de círios pascais e velas. E no dia 31 de março, um dos setores da fábrica, que fica dentro do Mosteiro, pegou fogo. Duas máquinas, que custam cerca de R$ 100 mil ficaram completamente destruídas. “Nós estávamos terminando a produção de círios pascais. As duas máquinas que queimaram totalmente eram dos círios, mas estávamos terminando a fabricação deste ano, então deu para atendermos todos os clientes. Nós continuamos com a fábrica, mas com as outras máquinas, não com o círio pascal”, explica.
“Também damos graças a Deus porque em uma das portas tem uma imagem de São Miguel Arcanjo e o fogo não passou dali, queimou tudo em volta menos o quadro. Se tivesse passado para o outro seria um problema, porque tem caixas de papelão, parafina, iria pegar fogo em tudo”, explica.
Como ajudar?
O monge afirma que as doações são bem-vindas e que podem ser feitas por meio de transferências bancárias nas contas:
Além disso, o Mosteiro da Ressurreição também possui duas lojas, uma que fica localizada dentro do próprio Mosteiro e outra na rua Carlos Gomes, na região central de Ponta Grossa, onde há uma padaria e a venda de artigos religiosos. Para saber mais basta acessar o site oficial: https://abadiadaressurreicao.org/
Confira a entrevista completa:
