Os testes com a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca tiveram que ser suspensos depois que um voluntário desenvolveu uma reação adversa grave. Embora o laboratório não tenha divulgado qual foi o efeito, há especulações de que o participante tenha desenvolvido mielite transversa, uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal e costuma ser desencadeada por infecções virais.
A suspeita foi revelada por uma fonte, que pediu anonimato ao jornal The New York Times. Porém, ainda não se sabe se o voluntário que teve reação tomou a vacina ou o placebo, uma substância sem efeito. Segundo a OMS, o efeito sofrido pelo voluntário britânico pode ou não estar relacionado à vacina avaliada e as interrupções dos testes para investigações são comuns e esperadas nesta fase do estudo. “A segurança deve vir acima de tudo e o processo não pode cortar caminhos”, segundo a cientista-chefe da entidade, Soumya Swaminathan.
Segundo a Mayo Clinic, uma das maiores instituições médicas dos Estados Unidos, a mielite transversa interrompe as mensagens que os nervos da medula espinhal enviam por todo o corpo. Isso pode causar dor, fraqueza muscular, paralisia, problemas sensoriais ou disfunção da bexiga e intestino. Também são comumente relatadas sensações de dormência.
A razão exata da mielite transversa não é totalmente sabida. Às vezes, não há causa conhecida. Porém, na maioria das vezes, ela aparece após a recuperação de uma infecção viral, bacteriana ou fúngica. Entre os vírus comumente relacionados à mielite transversa estão: herpes, incluindo aquele que causa herpes zoster e varicela (zóster), HIV, Nilo do Oeste, Zika, gripe, hepatite B, caxumba, sarampo e rubéola. O problema também pode ser provocado por doenças inflamatórias, como a esclerose múltipla e doenças autoimunes, como o lúpus e a síndrome de Sjogren.
Com informações/Foto: Catraca Livre