Segunda-feira, 18 de Novembro de 2024

Secretaria da Saúde orienta a prescrição de vacinas contra a COVID-19 em gestantes e puérperas no Paraná

2021-08-18 às 18:15

Profissionais de saúde que atendem gestantes e puérperas (mulheres que deram à luz há até 45 dias) devem estar comprometidos com a ampliação da vacinação contra a Covid-19 nesse público. Essa é a orientação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que promoveu na terça-feira (17) uma videoconferência com entidades médicas paranaenses sobre as últimas evidências da prescrição de vacinas em mulheres grávidas ou no pós-parto.

Consideradas grupos de risco para a doença, elas foram incluídas como prioritárias nos planos nacional e estadual de Vacinação contra a Covid-19 para evitar o aumento da mortalidade materna em consequência do novo coronavírus. Porém, várias questões levantadas ao longo da campanha de imunização colocaram em dúvida o atendimento a esse público.

“É isso que queremos esclarecer agora, porque nossa principal arma de prevenção contra o coronavírus é a vacinação. Não queremos perder mais nenhuma vida, principalmente dessas mulheres”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. “A imunização resultou na queda de internamentos e de leitos ocupados em enfermarias e unidades de terapia intensiva em todo o Estado. Uma orientação mais clara vai ajudar o médico, a enfermeira e os profissionais de saúde lá na ponta”, disse.

Participaram do encontro virtual entidades como o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), Associação Médica do Paraná e a Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa).

Terceiro estado que mais aplicou vacinas nesse público, o Paraná imunizou, até o momento, 72.514 gestantes e puérperas. Mais da metade delas já completou o esquema de imunização, como mostram os dados do Vacinômetro do Ministério da Saúde.

A principal orientação é que as vacinas são seguras para as gestantes, e que elas devem ser vacinadas em qualquer idade gestacional e mesmo durante a lactação. A indicação é pelos imunizantes Comirnaty (Pfizer/Biontech) ou Coronavac (Sinovac/Butantan). Para aquelas que receberam a primeira dose da Covishield (Oxford/AstraZeneca), o parecer da Secretaria da Saúde é pela intercambiabilidade da vacina – para que elas completem o esquema vacinal preferencialmente com um dos outros dois imunizantes.

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“Não há contraindicação na vacinação das mulheres grávidas maiores de 18 anos. Pelo contrário, já foi identificado que as células de defesa dos bebês são estimuladas quando mãe é vacinada, além da presença dos anticorpos também no leite materno”, explicou Carolina Bolfe Poliquesi, chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Sesa.

Segundo ela, é necessária uma orientação clara dos profissionais, sejam eles médicos da família, clínicos gerais, ginecologistas ou obstetras, para que esclareçam a essas mulheres sobre a segurança da vacinação, assim como a continuidade do pré-natal mesmo durante a pandemia.

“Ficaram muitas dúvidas com relação à imunização desse público, principalmente após o caso de uma gestante que apresentou reação à vacina da AstraZeneca. Os profissionais passaram a fazer orientações individuais, com restrições aos imunizantes ou à idade gestacional”, disse Carolina. “Por isso, a Secretaria da Saúde reafirma a importância de que os trabalhadores da saúde estejam comprometidos com a vacinação. É a nossa maior estratégia para evitar a morte materna por causa da Covid-19”.

Outras medidas

Desde o início da pandemia, a Secretaria de Estado da Saúde toma medidas para evitar a contaminação de gestantes e puérperas com o coronavírus, orientando essas mulheres e também os profissionais que as atendem.

Em março do ano passado, a Sesa publicou uma nota orientativa sobre o tema, que tem sido atualizada ao longo dos meses. Já a circular nº 8, publicada em abril deste ano, traz os 10 passos para a prevenção da mortalidade materna por Covid-19.

Na videoconferência de terça-feira, também foram abordados assuntos como a análise da mortalidade materna por Covid-19 no Paraná; segurança e efetividade da imunização de gestantes e puérperas contra a doença; importância do acompanhamento pré-natal e puerperal na pandemia; ações da Sesa para a saúde das mulheres e monitoramento do near miss materno (que se refere a uma mulher que quase morreu, mas sobreviveu a uma complicação grave que ocorreu durante a gravidez).

Presenças

Participaram do evento, a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, o presidente do CRM, Roberto Issamu Yosida, o presidente da Associação Médica do Paraná, Nerlan Tadeu Gonçalves de Carvalho, a presidente da Sogipa, Rita Maira Zanine, a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr, a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sonia Raboni, a também professora da UFPR e membro da diretoria da Sogipa, Lenira Gaede Senesi, a chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Sesa, Carolina Bolfe Poliquesi, e a enfermeira também da Divisão, Glaucia Osis Gonçalves.

da AEN