De um estigma negativo, pouco a pouco, as tatuagens ganharam status de expressão de individualidade e representam, cada vez mais, verdadeiras obras de arte ambulantes nos corpos de homens e mulheres de todas as idades. Durante participação no programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta (9), os tatuadores Sabrina Munhoz e Cassyus Ilkiu, do estúdio de tatuagem Galeria Inkz tiraram dúvidas comuns a quem pretende “se riscar”.
Por mais que já existam técnicas de remoção de tatuagens a laser, bastante doloridas e nem tão acessíveis, a tatuagem tem um caráter perene. Justamente por isso, tatuagens com nomes de parceiros são desaconselhadas por profissionais do ramo, tendo em vista as grandes chances de arrependimento futuro. Sabrina comenta que, no estúdio, já não são mais tão frequentes as solicitações de clientes por tatuagens do tipo.
“Aconselhamos a não fazer o nome, mas algo que lembre a pessoa, como um desenho, porque, depois, fica mais fácil de inventar outra coisa”, destaca a tatuadora. Ela e Cassyus sugerem que tatuagens com nomes sejam adotadas restritamente para aquelas relações eternas, como nome da mãe ou dos filhos.
As tatuagens também registram, de alguma forma, a história de seu portador, porque, muitas vezes, seus desenhos revelam escolhas que condizem com o momento vivido. “Acho que, às vezes, as pessoas fazem uma tatuagem para marcar um momento que elas estão passando, alguma coisa que vai representar um período da vida dela, como os gostos atuais, alguma coisa pela qual ela já passou ou alguma coisa que ela pretende fazer. Define muito a personalidade da pessoa e até a rotina dela”, avalia Cassyus.
Cobertura
Sabrina revela que os clientes que a procuram para cobrir tatuagens não se arrependem propriamente do desenho escolhido, mas da execução que outro tatuador deu à ideia, que nem sempre fica a contento. Nesses casos, o objetivo da pessoa tatuada é cobrir o desenho ou reformar a tatuagem. “É um pouco mais complicado, mas a gente tenta”, afirma.
A tatuadora acrescenta que, em alguns casos, a procura de clientes para cobrir tatuagens já existentes é provocada pelo fato de que as tendências de traço vão se aprimorando com o tempo e os estilos também mudam. “O pessoal que, às vezes, fez uma tatuagem muito antiga, acaba querendo renovar. Ele continua com a mesma ideia, mas acabamos fazendo uma coisa mais atual”, observa.
Sabrina aponta, ainda, que a tatuagem mexe bastante com a autoestima de quem a faz e, por isso, é cada vez mais comum usá-la para cobrir cicatrizes, por exemplo. “Tem muita gente que, às vezes, tem uma cicatriz de algum momento que não gosta, que foi uma coisa ruim para ela e acaba fazendo uma tatuagem em cima, o que a faz se sentir bem melhor. Já aconteceu de fazermos tatuagens sobre cicatriz de cesáreas ou de outras cirurgias”, afirma.
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Confira a entrevista dos tatuadores na íntegra: