O volume de cargas no Paraná apresentou um recuo de 46,4% na quinta semana da pesquisa. No Brasil, foi de 45,17% com o impacto da Covid 19. Os dados são da pesquisa Impacto do Coronavírus no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), realizada pelo Departarmento de Custos Operacionais (Decope) da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logísitica), e divulgada nesta quarta-feira, 22 de abril.
A pesquisa é desenvolvida com empresas de vários tamanhos e segmentos de todo o Brasil ligadas à NTC&Logística e as suas mais de 50 entidades parceiras, com o apoio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Juntas, representam a totalidade das transportadoras de carga do mercado.
Os dados estão sendo apurados desde o dia 16 de março, e durante todo o período, até o momento, responderam mais três mil empresas de todos os estados e do Distrito Federal. Diante das medidas de restrição que atingem o consumo geral da população com o fechamento de serviços não essenciais, o transporte de cargas vem sofrendo as consequências segundo os dados colhidos.
Na análise por segmento, a cargas fracionadas, aquelas que contêm pequenos volumes, a queda chegou a 47,58%, número que corresponde a entregas para pessoas físicas, distribuidores, lojas de rua e de shoppings, além de supermercados e outros estabelecimentos. Já para cargas lotação ou fechadas, que ocupam toda a capacidade dos veículos e são utilizadas basicamente nos abastecimentos industriais e no escoamento de safras, a pesquisa mostra diminuição de 43,34%, mantendo os dados das pesquisas passadas de enfraquecimento do comércio geral, indústria automobilística, eletrônica, linha branca, combustíveis, alimentos, dentre outros segmentos.
O maior impacto foi constatado no transporte de cargas industrial linha branca 66,38%, industrial automobilísticas 65,61% e industrial eletrônico 50,80%
Empresas afetadas
O percentual de empresas que tiveram queda significativa no faturamento saltou de 66% na primeira semana de acompanhamento para 89% segundo os dados
apresentados pelo departamento. “Não conseguimos prever até quando continuará essa crise. Temos acompanhado e passado as informações para órgãos governamentais para que eles fiquem por dentro de como as empresas de transporte de cargas estão sendo atingidas e para que nos ajudem com as demandas que temos apresentado, como a abertura de crédito para capital de giro com prazos maiores, suspensão de impostos e de contribuições e a suspensão dos vencimentos dos financiamentos junto ao BNDES enquanto durar o estado de calamidade. Desde o início, assumimos o compromisso de não parar o abastecimento das cidades e estamos cumprindo, fazendo nossa parte, uma vez que fomos reconhecidos por decreto como atividade essencial”, destacou Francisco Pelucio, presidente da NTC&Logística.
A queda em alguns estados foi bem expressiva, como é o caso do Maranhão (75%), seguido de Mato Grosso (52,8%) e de Mato Grosso do Sul (51,2%), além de outras
15 regiões que continuam sofrendo queda significativa. O transporte rodoviário internacional de cargas já vinha sofrendo antes da crise com problemas políticos, com o fechamento de fronteiras e a dificuldade da circulação nos países de fronteira como Argentina, Bolívia e Chile. Para piorar, também sofreu atualmente cerca de 61% de queda.
Durante todo o período de extensão da pandemia, a entidade permanecerá acompanhando a baixa no volume de cargas até que tudo volte à normalidade.
Sobre a NTC&Logística
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística congrega cerca de 4.000 empresas de transporte associadas direta e indiretamente e mais de 50 entidades patronais. Além de uma gama de fornecedores e embarcadores em todo o Brasil, representa um universo de 10.500 empresas que operam uma frota superior a 1 milhão de caminhões e criam mais de 4 milhões de postos de trabalho.
Da redação do Bem Paraná com assessoria.