Sábado, 16 de Novembro de 2024

Usina térmica vai transformar resíduos sólidos sem poluir meio ambiente no Paraná

2021-09-24 às 14:29

O Centro-Oeste do Paraná ganhou a primeira usina térmica do Brasil para tratar resíduos sólidos urbanos em pequena escala, sem poluir o meio ambiente, com uma tecnologia inovadora que os transforma em cinzas. O equipamento foi inaugurado nesta quinta-feira (23) e vai atender os municípios de Roncador, Iretama, Mato Rico e Nova Cantu. A iniciativa foi viabilizada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), com outros parceiros, e teve licenciamento do Instituto Água e Terra (IAT).

Trata-se de um piloto que integra o Projeto Lixo 5.0, desenvolvido pela Sedest, que forneceu todo o suporte para instalação do equipamento pela empresa Ecodust (detentora da tecnologia). O investimento total para instalação da usina foi de quase R$ 4 milhões por parte de todos os envolvidos.

Com capacidade para processar até 20 toneladas por dia de resíduos, a estrutura vai atender um problema antigo de pequenos municípios. “Com esse espaço, esses quatro municípios passam a ser o centro da tecnologia para destinação de resíduos sólidos urbanos de maneira mais eficiente, barata e sustentável do Brasil”, afirmou o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes.

De acordo com ele, a incineração por termomagnetização também contempla os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). “O Paraná sai na frente licenciando a primeira tecnologia de termomagnéticas do Brasil. É um empreendimento pensado para os pequenos municípios, com uma máquina que funciona sem barulho, fumaça ou mau cheiro”, disse.

O projeto conta também com a participação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e IAT, na pesquisa e análise de emissão atmosférica, de chorume e qualidade das cinzas, para que não prejudique o meio ambiente. O barracão que abriga o equipamento foi construído pela prefeitura de Roncador.

Lixo 5.0

O Projeto Lixo 5.0 foi criado para acompanhar estudos e reconhecer novas tecnologias/processos de tratamento de resíduos sólidos em municípios paranaenses.

O diretor de Políticas Ambientais da Sedest, Rafael Andreguetto, afirma que este é um passo importante para a solução de um problema comum. “O projeto-piloto será a base para a criação de uma resolução que permita o licenciamento desses equipamentos em todo o estado. Estamos falando de uma inovação”, disse.

O projeto deve ser aplicável e atender às necessidades dos municípios paranaenses no tratamento dos resíduos sólidos. Para isso, as soluções devem seguir premissas como pesquisa, desenvolvimento e inovação, e novas tecnologias/processos de tratamento de resíduos. Além disso, é preciso oferecer economia circular/sustentabilidade; quebra de paradigmas, trazendo o órgão ambiental para dentro do processo; e firmar parceria com municípios, empresas e instituições de pesquisa.

“É um sonho que começa a se tornar realidade”, disse o prefeito de Roncador, Vivaldo Lessa. “Esse projeto vem trazer soluções num tripé de desenvolvimento socioeconômico, social e ao meio ambiente. Estamos unidos nessa caminhada”.

O prefeito de Iretama, Same Saab, destacou a parceria entre municípios, empresários e Governo do Estado para a solução dos problemas nas cidades. “Exemplos como esse têm que ser seguidos”, disse. Segundo o prefeito de Nova Cantu, Airton Agnolin, haverá uma grande evolução na questão do meio ambiente.

Termomagnetização

A tecnologia consiste na transformação do resíduo em cinza, podendo diminuir em até 97% a massa do material introduzido no sistema. As cinzas podem ser aproveitadas para fabricação de asfalto, blocos cerâmicos e insumo agrícola.

O coordenador de Gestão Ambiental da Sedest, Júlio Rietow, ressalta que o processamento de resíduos da região precisa do envolvimento da comunidade. “Não é apenas a transformação dos resíduos em cinzas por uma máquina sustentável. É o envolvimento da comunidade através da educação ambiental, para que os resíduos sejam separados e destinados corretamente”, afirmou.

da AEN