Após as visitas técnicas em São Paulo ao Instituto Butantã e à direção brasileira da farmacêutica Pfizer, o deputado Michele Caputo (PSDB), coordenador da Frente Parlamentar do Coronavírus na Assembleia Legislativa do Paraná, defendeu que toda a produção de vacinas contra covid-19 seja ofertada integralmente ao sistema público de saúde neste primeiro momento. Ou seja, a venda de doses na rede privada e em clínicas especializadas deveria ficar em segundo plano.
Com isso, a vacina seria disponibilizada principalmente para grupos de risco definidos pelo Ministério da Saúde. “Quem tem mais risco de ficar internado ou morrer de covid-19 deve receber a vacina primeiro, independente do poder aquisitivo dessa pessoa. Temos que pensar em saúde coletiva e nos basear na epidemiologia”, explicou o deputado.
“Tanto o Butantan quanto a Pfizer querem entregar essas vacinas para o SUS. A prioridade é essa, pois todos entendem que o impacto de uma vacinação em massa se sobrepõem aos interesses econômicos. Por isso, temos que cobrar uma posição do governo federal. Não podemos continuar assistindo essa indefinição do Ministério da Saúde. Vivemos uma pandemia e cada tempo perdido significa também vidas perdidas “, disse o deputado.
O deputado lembra que quando ocupou a chefia da Secretaria de Saúde do Paraná, conseguiu antecipar por diversas vezes a campanha de vacinação contra a gripe porque um plano de logística já estava estabelecido bem antes dos outros estados. “Eu briguei por isso e juntamos o sul inteiro e fomos reivindicar m no Ministério da Saúde. Montamos uma operação para pegar as vacinas direto na fábrica. É preciso estarmos atentos, senão vamos ficar para trás, muitos estados vão passar na frente com a vacinação”, reiterou.
Plano estadual – A conclusão das visitas técnicas no Butantan e na Pfizer, adianta o deputado, é de que o Paraná precisa urgentemente de uma Plano Estadual de Vacinação para a covid. “Até porque vão ter outras vacinas chegando, vai ter vacina de influenza, tem uma série de coisas acontecendo ao mesmo tempo”.
“O Paraná tem que comprar seringas e agulhas porque daqui a pouco podemos ter o cenário em que se tem a vacina, mas não se tem os elementos para poder fazer a vacinação. Tem que ter a capacitação dos profissionais de saúde que trabalham na área, tem que fazer um levantamento dessa rede de frios (congeladores e freezers)”, completa.
Segundo Michele Caputo, o Paraná não pode descartar a compra das vacinas, mesmo que o Ministério da Saúde adquire os imunizantes. “Mesmo que o governo federal compre as quase 50 milhões de doses do Butantã, por exemplo, vai dar só para os grupos prioritários do Brasil. Vai ter outra gama da população que precisa e merece ser vacinada e temos os recursos alocados para essa compra”.