Terça-feira, 24 de Setembro de 2024

VCG realiza pagamento aos colaboradores e greve no transporte coletivo é suspensa em PG

2021-05-21 às 10:54
Foto: Eduardo Vaz/D’Ponta News

Após 46 dias, está sendo suspensa uma das maiores greves do transporte coletivo já registradas no país. Na manhã desta sexta-feira  (21), os trabalhadores da Viação dos Campos Gerais informaram que receberam os salários atrasados de abril e, que, atualmente, não existe pendência salarial por parte da VCG. Sendo assim, o sistema do transporte voltará com 100% da frota, ficando a partir de agora na dependência dos ajustes da empresa para o retorno integral.

O valor final da indenização recebido pela empresa foi de R$ 1.718.363,37. Devido aos horários bancários para pagamento, que se encerrou às 17h, não foi possível o pagamento aos colaboradores ontem, quinta-feira, 20.

O Sintropas informa que o indicativo de greve permanece, porque há uma preocupação com os salários dos meses subsequentes. “Não sabemos como serão os pagamentos nos próximos meses, por isto estamos apenas suspendendo a greve. Aproveitamos para agradecer a todos os colaboradores e à diretoria do sindicato que estiveram todos estes dias trabalhando, inclusive pela madrugada, em prol da nossa movimentação para assegurar os pagamentos de salário à categoria”, destacou Luizão, presidente do Sintropas.

Durante todo este período, a entidade esteve ao lado da classe, travando lutas perante à empresa e recorrendo judicialmente para colocar um ponto final no caos instalado, envolvendo o transporte público.

Relembre o caso

No dia 12 de janeiro, o Sintropas ajuizou uma ação na Justiça do Trabalho em Ponta Grossa, contra a empresa do transporte coletivo, em razão do descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho realizado em abril de 2020. Além disso, os trabalhadores estavam sem receber a segunda parcela do 13ª, o vale alimentação estava atrasado e os salários sendo pagos em duas parcelas. A entidade recebeu parecer favorável do judiciário, em 27 de janeiro, que determinou pagamento dos atrasados em 48 horas, sob pena de multa diária.

No dia 26, o sindicato comandou uma paralisação em frente à garagem da VCG, e no dia 28, os trabalhadores aprovaram por unanimidade o indicativo de greve e o ajuizamento do dissídio coletivo, durante assembleia.

No dia 29, os salários de dezembro foram pagos aos trabalhadores, mas os pagamentos posteriores continuaram sendo efetuados em duas parcelas, gerando insatisfação à classe. Algumas audiências de conciliação foram realizadas, mas nenhuma terminou com acordo.

No dia 26 de março, o Sintropas entrou com pedido liminar na Justiça do Trabalho, requerendo que a Viação dos Campos Gerais (VCG) efetuasse o pagamento do restante do salário referente ao mês de fevereiro. Cinco dias depois, os trabalhadores se reuniram em frente à Igreja dos Polacos e manifestaram pacificamente pela Avenida Vicente Machado, até o Terminal Central.

Em 5 de abril, a greve foi deflagrada com adesão de 100% da frota. No dia 7, o Sintropas entrou com dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho. No dia 13, o TRT determinou pagamento aos funcionários em 48 horas, e a greve continuou com 50% da frota, no dia seguinte, por determinação judicial.

No dia 15, ainda de abril, o sindicato teve que se manifestar no processo, por falta de cumprimento, da VCG, em relação a determinação judicial. No dia 26, mais uma decisão judicial foi despachada, obrigando a VCG a cumprir com as obrigações salariais. Desta vez pela Justiça do Trabalho de Ponta Grossa.

Por falta de cumprimento, por parte da empresa, no dia 3 de maio o Sintropas protocolou petição solicitando o bloqueio das contas da VCG. No dia 7, o sindicato voltou a deflagrar greve com 100% da frota. Na ocasião, os meses de março e abril estavam em atraso.

A frota voltou com 50% às ruas, no dia 13, após a VCG se comprometer com o pagamento do mês de março, perante o TRT, e pagamento de abril, no dia seguinte, dependendo de um aporte do executivo para o cumprimento deste último. O dinheiro não caiu na conta dos trabalhadores, nesse dia, mas por confiar no que foi acordado com o TRT, e pela preocupação da entidade sindical em relação a superlotação nos ônibus, que facilita a propagação da Covid-19, na segunda-feira (17), 70% da frota foi liberada.

Com informações da assessoria