O julgamento de Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a advogada e esposa Tatiane Spitzner, deve terminar nesta segunda-feira (10), na 1ª Vara Criminal e Tribunal do Júri de Guarapuava. A remarcação ocorreu depois que a defesa do réu abandonou o plenário durante a sessão do julgamento, no dia 10 de fevereiro.
Inicialmente marcado para ocorrer em dezembro do último ano, o julgamento já foi adiado duas vezes, sendo a última em fevereiro, após a defesa do acusado de feminicídio ter abandonado a sessão, sob a alegação de impossibilidade de exibição de conteúdo em vídeo. Na ocasião, o fato foi considerado pelo juiz como “abandono injustificado”, sendo aplicada multa de 100 salários mínimos aos advogados de defesa.
Relembre o caso – O réu foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná por homicídio qualificado (feminicídio, motivo fútil e morte mediante asfixia) e fraude processual (por ter removido o corpo da vítima do local da queda e limpado vestígios de sangue deixado no elevador). A gravidade dos fatos levou a edição de lei que estabeleceu a data do crime – 22 de julho – como o Dia de Combate ao Feminicídio no estado. Pelo Ministério Público do Paraná, atuará na sessão o promotor titular da 10ª Promotoria de Justiça de Guarapuava.
Denúncia – Conforme a denúncia criminal oferecida pelo MPPR, por meio da 10ª e da 12ª Promotorias de Justiça da comarca, na madrugada do dia 22 de julho de 2018, após uma discussão quando retornavam de uma casa noturna, o réu passou a agredir a vítima. Boa parte dos fatos chegou a ser registrada pelas câmeras de segurança do prédio onde o casal residia. Ao final das agressões, segundo a ação penal, a mulher teria sido lançada da sacada do apartamento pelo denunciado.
A tese do MPPR, comprovada pelo Laudo de Necropsia e pelo Laudo Anatomopatológico, é de que a vítima foi jogada da sacada quando já estava morta. O denunciado foi preso no mesmo dia do crime, ao tentar fugir. Ele foi encontrado após bater o carro na estrada, em São Miguel do Iguaçu, a 340 quilômetros de Guarapuava – e a cerca de 50 quilômetros da fronteira do país com o Paraguai.
O julgamento ocorre na Vara do Tribunal do Júri de Guarapuava, com a adoção de medidas de prevenção ao contágio pelo coronavírus, como a restrição de acesso ao local.