O natal, além de ser uma data especial com muitas luzes, simbologias e decorações fascinantes, também encanta por sua gastronomia. Hoje é dia de falar sobre os doces especiais e tradicionais dessa época, o gingerbread e os maravilhosos macarons, que adoçam nossas vidas e encantam nossas mesas.
Gingerbread
É um termo utilizado para designar doces feitos com massa de gengibre, mel ou melaço e que depois podem ficar mais sofisticados ao serem moldados em vários formatos e decorados com glacês e confeitos. O gingerbread man é o famoso biscoito de gengibre em forma de boneco que tem sua própria lenda. Nela, há um casal de velhinhos que gostaria de ter um filho e não podia, por isso a senhora faz uma receita do biscoito de gengibre em forma de boneco. Quando o assa, o bonequinho pula do forno e diz: “Eu sou o homem do biscoito de gengibre!”, e sai correndo pela janela. Na fuga, ele encontra vários animais que querem devorá-lo, mas ele foge de todos. Na lenda, conta-se que o biscoito está correndo em fuga até hoje.
A primeira receita de gingerbread que se tem conhecimento teve origem nas antigas cidades da Grécia e Egito. Já os chineses, desenvolveram receitas no século X e na Idade Média. Na Alemanha, o gingerbread se chama “lebkuchen” e, no século XV, a produção de biscoitos no país passou a ser controlada por uma associação que estabelecia regras. Os alemães também começaram a fazer casinhas da massa de gingerbread no século XIX, época em que a história de João e Maria foi publicada pelos Irmãos Grimm. Na Inglaterra, foi onde se iniciou a confecção de bonecos e, segundo informações, a Rainha Elizabeth I, em suas festas, ordenava que os biscoitos fossem elaborados com o rosto de seus convidados, e teria sido assim que começara a disseminação dos bonequinhos pelo mundo.
Atualmente o gingerbread é elaborado com adaptações em vários países, como EUA, Polônia, Rússia, Hungria, República Tcheca e França que consideram o produto um modo de arte, tanto que o gingerbread man virou até personagem da Disney.
Estive com a cookie designer curitibana, Andréia Kutianski, da A.doçar (empresa de bolachas artesanais), que me recebeu em seu espaço para contar um pouco mais sobre o trabalho que realiza. A sua mãe, dona Leoni, contou que, desde pequena, Andréia tinha delicadeza, paciência e apreço por desenhos e pelas artes. Com o tempo, aperfeiçoou seus dons e, atualmente, além de produzir o gingerbread, biscoitos variados e macarons para seus clientes, também ministra cursos para quem tem interesse em elaborar seus próprios produtos. Andréia, inclusive, já ministrou oficinas no espaço Bom Gourmet do Pátio Batel, em Curitiba. A profissional mencionou os bons resultados que vem alcançando, também contou que trabalha há 9 anos no setor e que, nos cursos, já teve desde alunos com a doença de Parkinson, que procuram as aulas como terapia, até pessoas que fazem o curso para montar seu próprio negócio. “É muito gratificante fazer algo que gostamos e ver o resultado e o reconhecimento das pessoas na realização deste trabalho”, destaca Andréia.
Macarons
A impressão é que vieram direto da França, mas os macarons são italianos! Macarons são pequenos e delicados biscoitos feitos de farinha de amêndoas, merengue e recheados com ganache de chocolate belga, com creme de leite, pastas saborizantes ou geléias.
A palavra vem do italiano macaroni ou maccherone, e surgiu no século XVI, mas nesta época eram confeccionados sem recheio, apenas como bolachinhas. Em 1533, chegou à França trazido por Catarina de Médici e, alguns anos depois, surgiu a ideia de rechear 2 discos de macarons com geléias e especiarias, o que trouxe ainda mais sucesso para o doce que, posteriormente, foi se espalhando pelo mundo.
A cookie designer destacou as diferenças na elaboração do gingerbread e dos macarons. Salientou que o macaron é realizado com equipamentos especiais e pouco contato das mãos com a massa, por isso é necessário muita paciência e atenção para dar o ponto certo. Os macarons têm sabores diferenciados como limão sciciliano, pistache, framboesa com cream cheese, doce de leite, chocolate, caramelo com flor de sal, champagne, entre outros.
Ambos os doces são perfeitos para um café, um chá da tarde ou para decorar sua mesa de natal. Além disso, também combinam com vinhos, explicou a sommelière Patrícia Ecave: “nessas harmonizações com vinho, geralmente usamos o fator similaridade, ou seja, doces combinam com vinhos doces e, portanto, harmonizam com vinhos de colheita tardia ou late harvest, e com os botritizados. No entanto, os espumantes moscatel ou os demi-sec também harmonizam perfeitamente”, finalizou.
Receita de gingerbread
– 1,5 kg de trigo;
– 750 g de melado;
– 250 g de açúcar refinado;
– 125 g de gordura animal;
– 125 g de manteiga;
– 6 ovos;
– ½ colher se sopa de noz moscada;
– ½ colher de sopa de cravo;
– ½ colher de sopa de canela;
– ½ colher de sopa de gengibre em pó;
– ½ colher de bicarbonato;
– ½ colher de essência de limão;
– ½ colher de essência de erva-doce.
Modo de preparo:
– Em uma panela, misture o melado, o açúcar, a banha e a manteiga até derreter esses componentes, e deixe esfriar.
– Em seguida, bata os ovos, acrescente as especiarias, fermentos e, por último, o trigo.
– Manipule até o ponto em que a massa começar a desprender das mãos, enrole em papel filme e deixe descansar por 8 horas na geladeira. (Pode ficar na geladeira até 2 meses e, após assado, a validade é de 6 meses).
– Utilize forminhas para moldar os biscoitos como quiser, em seguida leve para assar em uma média de 9 à 12 min à 180°C. Depois de assado, pode-se decorar com glacê e confeitos ou consumir naturalmente.
Confira no link abaixo um pouco do bate-papo sobre gingerbread e macarons:
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Confira as imagens: