Você já ouviu falar no ‘chip da beleza’? O nutrólogo Dr. Paulo Lara participou do programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 e 90,9), nesta quarta-feira (8), e explicou o que é o ‘chip’ e para quais casos é indicado.

O médico explica que o ‘chip da beleza’ é um medicamento em forma de implante de gestrinona, um hormônio que é implantado exclusivamente em mulheres. “Quando fala ‘chip da beleza’ parece que é um resultado mágico, mas não é você colocar o comprimido e depois de 10 dias vai estar magra e bonita. Não é por aí, justamente porque a gestrinona é um medicamento que não foi nem inventado para essa finalidade”, diz.

Originalmente, o medicamento era utilizado como método anticoncepcional para pacientes com endometriose e miomatose, segundo o nutrólogo. Porém, como o hormônio é derivado de testosterona, ele possui alguns efeitos que podem ajudar no processo de emagrecimento. “Ele tem alguns efeitos condizentes com anabolizantes e ajuda no ganho de massa muscular, ajuda na queima de gordura, melhora a questão da celulite, por isso deram o nome de ‘chip da beleza’, mas ele não foi inventado para isso e a indicação primária também não é essa”, destaca.

O medicamento é liberado no corpo durante cinco a seis meses, porém é fundamental que a paciente tenha uma boa alimentação aliada com a prática de exercícios físicos. “Para quem está em processo de emagrecimento, o implante não é indicação primária, mas se ela colocar o implante e ela já estiver fazendo o básico, ela vai acelerar o processo de emagrecimento porque ela está colocando um hormônio anabolizante”, explica.

Ele ainda completa. “Tem muitas pacientes que amam, tiveram resultados muito bons, principalmente pacientes com menopausa e com endometriose e tem pacientes que odeiam, porque mesmo em doses baixas acabaram tendo efeitos colaterais, como acne, oleosidade na pele, queda de cabelo. Muitas vezes, o corpo dessas pacientes infelizmente é mais sensível a medicação, mesmo em doses mais baixas acaba fazendo muito mal”, explica o médico.

Medicamentos sem indicação para emagrecer

Entre os medicamentos sem indicação médica, utilizados com a finalidade de emagrecimento, Dr. Paulo Lara cita aqueles que são voltados para o tratamento de diabetes. “É um problema ainda maior porque a gestrinona você tem que passar pelo médico para ele colocar em você, mas essa caneta não. Ela pode ser comprada sem receita. E está virando um ‘boom’. De maneira geral não digo que prejudica, mas é um medicamento caro que não vai trazer resultado para a pessoa”, enfatiza.

Ele explica que, neste caso, o medicamento diminui a resistência da insulina e provoca efeitos colaterais como náusea e enjoo. Desta forma, a pessoa acaba não comendo e emagrece. “A pessoa começa a perder muito músculo ao invés de gordura, se olha no espelho e acha que está emagrecendo. Mas será que é um emagrecimento de qualidade?” reflete. “Tem muita gente usando medicamento sem indicação procurando milagre”, destaca.

Perder peso é diferente de emagrecimento de qualidade

Dr. Paulo Lara também alerta que perder o peso na balança não significa ter um emagrecimento de qualidade. “O corpo ele sempre vai ter duas opções: ou vai queimar músculo, ou vai queimar gordura. E muitas vezes o corpo vai optar pelo músculo. Então você continua com a gordura, o peso está baixando na balança, você está feliz, mas é um emagrecimento ruim, está perdendo peso, mas está perdendo músculo e não gordura”, diz. “Por isso nós temos a balança de bioimpedância que detecta quanto de gordura você tem no corpo, quanto que é água, músculo e osso, para não darmos tiro no escuro. Dá pra comer de tudo, sabendo quanto seu corpo gasta e precisa”, completa.

Confira a entrevista completa: