Terça-feira, 26 de Agosto de 2025

STF libera para população assistir de perto o julgamento de Bolsonaro

2025-08-26 às 16:29
Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu nesta segunda-feira (25) o credenciamento para o público acompanhar presencialmente o julgamento do chamado “Núcleo 1” da Ação Penal (AP) 2668, que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil. Entre os réus estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar por determinação do STF, e sete ex-integrantes de seu governo. As sessões acontecerão entre 2 e 12 de setembro de 2025 na sala de sessões da Primeira Turma do STF, em Brasília, e serão transmitidas ao vivo pela TV Justiça e pelo YouTube do tribunal.

Credenciamento e regras para público e imprensa

Para garantir espaço no julgamento, o público interessado — incluindo advogados de outros núcleos — deve preencher um formulário eletrônico entre 9h do dia 27 de agosto e 14h do dia 28 de agosto. A confirmação, que depende da disponibilidade de lugares, será enviada por e-mail até 1º de setembro. O plenário da Primeira Turma reserva cerca de 120 espaços, preenchidos por ordem de inscrição, e quem não for contemplado poderá acompanhar as sessões por telão na área externa. A imprensa, por sua vez, pode credenciar até dois profissionais para acesso ao plenário e até cinco para a área externa. Não será permitido o acesso de cinegrafistas e fotógrafos à sala de sessões, devendo utilizar as imagens oficiais distribuídas pela Comunicação do STF. A segurança foi reforçada devido à sensibilidade do caso.

Cronograma das sessões

As sessões acontecerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, em horários que variam das 9h às 19h, conforme calendário divulgado pelo STF. O julgamento será realizado pela Primeira Turma, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux, e terá transmissão simultânea pela TV Justiça e o canal oficial do tribunal no YouTube.

Acusações e réus

O núcleo 1 da AP 2668 engloba oito réus: Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor-geral da Abin), Almir Garnier Santos (almirante e ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (general da reserva e ex-ministro do GSI), Mauro Cid (tenente-coronel e ex-ajudante de ordens), Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa). Eles respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.