Na última quarta-feira (28), os municípios de Londrina e Guimarães, cidade ‘irmã’ de Londrina localizada em Portugal, assinaram um Protocolo de Intenções que visa estabelecer programas de cooperação acadêmica, científica e técnica, para possibilitar condições de acordos entre empresas brasileiras e portuguesas, incentivando o desenvolvimento de pesquisas e o intercâmbio de informações nessas duas regiões.

O protocolo também foi assinado pela Associação Fibrenamics (Instituto de Inovação em Materiais Fibrosos e Compósitos), a Universidade do Minho, campus Guimarães, o Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Apucarana e campus Londrina. A inciativa também busca estabelecer condições para a instalação de um polo da Fibrenamics em Londrina e a assinatura do documento ocorreu na Câmara Municipal de Guimarães.

O secretário de Governo de Londrina, João Luiz Martins Esteves, representando o prefeito Marcelo Belinati, enfatizou que a assinatura deste protocolo visa uma integração não somente entre os dois municípios como entre toda a região. “O que se busca é a integração cientifica, por meio de tecnologia, de ciência, de pesquisa, nos campos universitários das duas cidades, e isso pode ganhar dimensões em âmbito nacional. Guimarães é muito forte na área de tecnologia, das engenharias, o que gerou uma expertise, e as empresas e a população se beneficiam dessa tecnologia. Londrina terá muito o que aprender e isso possibilitará o nosso desenvolvimento na área de químicos e materiais, em que Londrina já tem um destaque importante”, disse.

O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, afirmou que se trata de um protocolo muito importante porque envolve as duas cidades, suas universidades, e a Fibrenamics, que investiga novos materiais, a base de novas fibras, ambientalmente sustentáveis e protetoras do meio ambiente. “Isso se insere na estratégia de Guimarães de ser uma cidade verde, protetora do ambiente, que vive em harmonia com a natureza. Este protocolo é muito importante porque tem a ver com ciência e investigação aplicada às empresas para criar valor econômico”, apontou.

Para o cientista e presidente da Fibrenamics, instalada no campus da Universidade do Minho, Raul Fangueiro, esta parceria pretende levar, para a região de Londrina, uma dinâmica de relação entre o conhecimento e a sua conversão em produtos e tecnologias inovadoras. “Isso permitirá, com base na ciência e tecnologia, desenvolver não só o setor econômico de Londrina, como também toda a sua atividade nas áreas de ciência e tecnologia”, estimou.

Segundo ele, em Portugal foi desenvolvido um modelo próprio de integração entre a universidade e as empresas, que se faz a partir da Fibrenamics, e que permite gerar conhecimento e transferi-lo para o setor econômico. “Entendemos que este modelo, validado em todo o nosso território nacional e também na colaboração com entidades fora de Portugal, também possa ser usufruído por Londrina. Os resultados que este modelo nos trouxe até o momento são muito importantes, pois levaram ao desenvolvimento de produtos inovadores, em várias áreas, como na saúde, aeronáutica, aeroespacial, automóvel. São soluções e inovações que atualmente estão no mercado e que as empresas podem usufruir”, ressaltou Fangueiros.

Fangueiro também lembrou que o Protocolo de Intenções tem uma cláusula que diz que se pretende, a partir deste momento, criar condições para que a Fibrenamics se instale em Londrina. “A partir daí, pode-se desenvolver atividades com base no modelo que nós sabemos que funciona, de integração entre o conhecimento e as empresas”, destacou.

O reitor da Universidade do Minho, Campus Guimarães, Rui Vieira Castro, disse que a assinatura do protocolo tem um significado próprio, no sentido de que concretiza um compromisso de todas as entidades em torno de um projeto de natureza abrangente, que envolve múltiplas dimensões relativas ao intercâmbio de pessoas e ideias, e de participação conjunta em projetos. “Representa, também, uma possiblidade de futuro que nós queremos ver materializado em iniciativas concretas, que fundamentalmente permita a convergência entre aquilo que são objetivos dos municípios, das universidades e entidades privadas”, expôs.

O presidente da Codel, Alex Canziani, que esteve presente na solenidade, salientou que foi dado um passo muito importante para promover uma ligação ainda maior entre Londrina e Guimarães. “Fiquei impressionado com a estrutura que há na cidade de Guimarães e no potencial que existe, junto ao ecossistema de Londrina, para alavancarmos pesquisa, desenvolvimento, geração de novos produtos e de negócios para a nossa região”, afirmou.

Para o consultor do Sebrae e membro do Integra (governança do setor de químico e materiais), Heverson Feliciano, a área de químico e materiais é um dos setores com maior potencial de inovação para a região de Londrina, além de ser um setor prioritário para o governo federal em sua política industrial. “A assinatura do Protocolo de Intenções será fundamental para continuarmos a gerar pesquisa, inovação e desenvolvimento, não somente para Londrina como para todo país, além de fortalecer os laços de amizade entre Londrina e Guimarães, cidades irmãs”, destacou.

O secretário municipal de Governo e procurador-geral de Londrina, João Luiz Esteves, e o presidente da Codel, Alex Canziani também visitaram a Praça Londrina, espaço projetado em homenagem e para celebrar as ligações culturais e históricas das cidades. Em 2022, Londrina presenteou Guimarães com um monumento artístico que está neste local. Londrina e Guimarães são cidades coirmãs desde 1987, e desde então vêm estabelecendo intercâmbios culturais e convênios de parcerias.

O documento assinado ontem (28) tem validade de cinco anos, podendo ser renovado. Trata-se de um intercâmbio de conhecimentos que envolverá projetos de ensino e formação, desenvolvimento de pesquisas, inovação e desenvolvimento de novos produtos, organização de conferências, workshops e demais tipos de cooperação considerada oportuna e de mútuo interesse.

Também participam do tratado, além das lideranças supracitadas, a deputada federal, Luísa Canziani, o diretor de Relações Empresariais e Comunitárias da UTFPR – campus Apucarana, Aloysio Gomes, a vice-diretora Adelina Paula e o diretor executivo da Associação Fibrenamics, Fernando Cunha.

da assessoria