Um estudo da Universidade Radboud, na Holanda, revelou que o fim do Universo poderá ocorrer em 10⁷⁸ anos – um número com 78 zeros –, revisando drasticamente a previsão anterior de 10¹¹⁰⁰ anos. A pesquisa, publicada no Journal of Cosmology and Astroparticle Physics, aplicou o conceito de radiação Hawking (originalmente proposto para buracos negros) a corpos celestes como anãs brancas, considerados os objetos mais duradouros do cosmos.
A radiação Hawking, teorizada por Stephen Hawking em 1974, descreve como partículas escapam de buracos negros devido a flutuações quânticas próximas ao horizonte de eventos. O estudo holandês expandiu esse princípio, demonstrando que estrelas de nêutrons, buracos negros e anãs brancas perdem massa gradualmente por um processo similar.
Anãs brancas: Levarão 10⁷⁸ anos para evaporar, tornando-se o último vestígio de matéria organizada.
Buracos negros: Dissolver-se-ão em 10⁶⁷ anos, desafiando a noção de que sua gravidade os tornaria eternos.
“O fim definitivo do Universo chegará muito antes, mas felizmente ainda levará tempo inimaginável”, afirmou Heino Falcke, astrofísico líder da pesquisa.
Enquanto o fim cósmico é distante, a vida na Terra tem prazos mais urgentes:
1 bilhão de anos: O aumento do brilho solar tornará o planeta inóspito, evaporando oceanos e inviabilizando a vida complexa.
8 bilhões de anos: O Sol entrará na fase de gigante vermelha, expandindo-se e engolindo Mercúrio, Vênus e possivelmente a Terra.
Estudos paralelos indicam que a zona habitável do Sistema Solar migrará para luas de Netuno e Plutão, onde oceanos subterrâneos poderão sustentar vida.
A escala de tempo revisada para o fim do Universo ainda é 10⁷⁸ vezes maior que a idade atual do cosmos (13,8 bilhões de anos). Além disso, como destacam os cientistas, “a Terra terá desaparecido muito antes”. A pesquisa serve principalmente para refinar modelos sobre a evolução cósmica, integrando física quântica e relatividade geral.