há um dia
Amanda Martins

Declarações contundentes sobre a condução do conflito na Ucrânia foram feitas por Fernando Hessel, que se apresenta como observador da Casa Branca no Pentágono, durante um relato gravado diretamente de Kiev. Segundo ele, a experiência no país revelou um governo marcado por corrupção, uso político da guerra e dificuldades sistemáticas de acesso à informação.
Hessel afirmou que chegou à Ucrânia esperando encontrar um governo focado na sobrevivência da população e na defesa do cidadão comum, mas se deparou, segundo seu relato, com um sistema “aparelhado” e organizado para justificar irregularidades em nome da guerra. Ele citou a queda recente de um primeiro-ministro ligado ao presidente Volodymyr Zelensky por acusações de corrupção como exemplo desse cenário.
De acordo com o analista, a embaixada da Ucrânia nos Estados Unidos teria dificultado o trabalho da imprensa, evitando contatos diretos e criando barreiras ao acesso a informações oficiais. Ele também afirmou que há um ambiente onde intermediários e facilitadores lucrariam com o conflito e com a restrição de dados, prática que disse jamais ter aceitado ao longo da carreira.
Durante o relato, Hessel declarou que jornalistas locais teriam confirmado, de forma reservada, que o governo estaria prioritariamente interessado em recursos financeiros, e não em avanços concretos para encerrar a guerra. Ele também criticou as frequentes cobranças públicas do presidente Zelensky por apoio financeiro aos Estados Unidos e à Europa, afirmando que o discurso estaria mais centrado em dinheiro do que em temas como liberdade ou desenvolvimento.
O analista descreveu ainda a situação vivida pela população em Kiev, com medo constante de sirenes, apagões diários, falta de energia elétrica e perdas materiais causadas pelos blackouts. Segundo ele, apesar da resiliência do povo ucraniano, esses esforços não seriam suficientes para transformar um sistema que classificou como “corrompido por dentro”.
Hessel declarou que, na sua avaliação pessoal, a condução atual do conflito explicaria a sua duração prolongada e disse compreender, a partir do que observou, parte dos argumentos apresentados pela Rússia. Ele afirmou ter alertado integrantes do governo ucraniano que, sem mudanças profundas, o país corre o risco de perder a guerra.
Ao final, reforçou que suas declarações representam sua opinião e fez questão de separar o povo ucraniano do governo, destacando que, em sua visão, a Ucrânia não ocupa o papel de “mocinho” na narrativa do conflito.
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