Elon Musk, bilionário e ex-líder do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) do governo Trump, classificou como “abominação nojenta” o megaprojeto de lei orçamentária defendido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Congresso. A declaração foi publicada nesta terça-feira (3) em sua rede social X, poucos dias após Musk deixar oficialmente o cargo de conselheiro especial na administração americana.
No texto, Musk afirmou: “Desculpe, mas eu simplesmente não suporto mais. Esse enorme e escandaloso projeto de lei do Congresso, cheio de gastos excessivos, é uma abominação nojenta. Vergonha para quem votou a favor: vocês sabem que fizeram errado. Vocês sabem.”
A crítica ocorre em meio à tramitação de uma proposta que estende cortes de impostos implementados no primeiro mandato de Trump, ao mesmo tempo em que amplia gastos públicos, especialmente em defesa e infraestrutura. Segundo estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso, o projeto pode acrescentar até US$ 3,8 trilhões à já elevada dívida pública americana, atualmente em torno de US$ 36 trilhões.
Musk, que havia assumido o DOGE em janeiro prometendo cortar US$ 2 trilhões em despesas federais, deixou o governo após 130 dias, tendo realizado menos de 10% da meta inicial. Sua saída foi marcada por divergências com o governo sobre a direção fiscal do país. O empresário afirmou que o novo projeto de lei “sobrecarregará os americanos com uma dívida esmagadoramente insustentável” e acusou o Congresso de “levar os EUA à falência”.
A Casa Branca, por meio da secretária de imprensa Karoline Leavitt, rebateu as críticas de Musk, afirmando que o presidente Trump mantém sua posição favorável ao projeto, considerado por ele “um grande e belo projeto”. Já o presidente da Câmara, Mike Johnson, afirmou que Musk está “completamente errado” sobre a legislação, mas revelou ter tido uma “conversa amigável” com o empresário no início da semana.
A saída de Musk do governo foi rápida e sem cerimônias, sem uma conversa formal com Trump antes do anúncio. O bilionário agradeceu publicamente ao presidente pela oportunidade, mas deixou claro seu descontentamento com os rumos fiscais da administração.
O Senado americano ainda discute possíveis alterações no texto, com expectativa de votação antes do feriado de 4 de julho. Enquanto isso, o futuro do DOGE, departamento criado sob a liderança de Musk para promover cortes e eficiência, é incerto e tende a perder relevância sem o empresário à frente.