por Michelle de Geus
Quando os primeiros imigrantes holandeses se estabeleceram nos Campos Gerais, encontram em Castro uma terra de desafios e oportunidades. Para garantir a subsistência de suas famílias, elas uniram forças e deram início ao desenvolvimento da cooperativa em terras paranaenses. Assim, no dia 30 de novembro de 1951, surgia a Cooperativa Castrolanda. Em sete décadas de atuação, a Castrolanda tem como princípios fundamentais a fé, a educação e a cooperação, os mesmos pilares que compõem o tripé da imigração. A parceria entre clientes, colaboradores, cooperados e comunidade tem gerado resultados expressivos ao longo dos anos, que colocam a cooperativa entre as principais companhias do Brasil.
Para Willem Berend Bouwman, presidente da Castrolanda, essa história de sucesso foi construída de forma gradual e contínua ao longo desses 70 anos. “A nossa história começou lá atrás, quando os pioneiros se uniram, organizaram e fundaram a Castrolanda. Mas, ao longo do tempo, com o empenho dos associados, dos conselhos, da diretoria, dos comitês, as decisões que foram tomadas usando informações da própria cooperativa e de mercado foram construindo essa cooperativa sólida e pujante que nós temos hoje”, afirma.
A Castrolanda está em festa e, na visão de Bouwman, não faltam motivos para comemorar. “A maior razão para a nossa celebração é a própria vida. Se nós não tivéssemos saúde, não poderíamos estar trabalhando. Deus está presente nas nossas vidas, sempre nos dirigindo e nos dando sabedoria para que a gente tome as decisões corretas”, destaca. “Mas, principalmente, a razão para celebrar é o próprio sucesso do agro, que, nos últimos anos, tem desempenhado um papel primordial para o Brasil. A produção de alimentos é uma tarefa nobre e nós temos a responsabilidade de prestar esse serviço para a nossa sociedade”, conta.
O crescimento exponencial é reflexo de uma atuação fundamentada em valores, que permite que colaboradores, cooperados e todos os envolvidos na cadeia produtiva tenham suas demandas levadas a sério. O resultado é o crescimento econômico aliado ao desenvolvimento da comunidade, fazendo com que a Castrolanda caminhe para mais um ano de superação. “Mesmo em um cenário desafiador já conquistamos ótimos resultados, consequência do trabalho e empenho de nossos associados, colaboradores e toda a família Castrolanda”, enaltece.
O último balanço anual da cooperativa traz o número de 1.053 cooperados ativos. São eles os principais responsáveis pela produção de grãos, suínos, batata, rações, sementes, ovinos e leite. Toda essa operação conta com o respaldo de mais 3,7 mil colaboradores, distribuídos nas 23 unidades da Castrolanda instaladas no Paraná e em São Paulo.
RECORDE DE FATURAMENTO
No mesmo ano em que completa sete décadas de existência, a Castrolanda bate recorde de faturamento. O acumulado anual até o mês de novembro traz um faturamento líquido de mais de R$ 5 bilhões. Com pouco mais de 30 dias para o fim do ano, o valor já ultrapassa em 16% o total faturado em 2020, quando a cooperativa registrou R$ 4,3 bilhões acumulados.
Na visão do diretor executivo da cooperativa, Seung Lee, os números são bastante satisfatórios e acredita que eles se tornaram realidade graças a um exemplar cumprimento do planejamento estratégico elaborado ainda em 2019. A cooperativa apostou no redesenho de alguns processos que trouxeram mais agilidade à assertividade nas ações. “Das coisas acertadas da Castrolanda, uma delas foi a verticalização da cadeia, a entrada na indústria e a aproximação do consumo. Isso permitiu que a gente não ficasse restrito somente às comodities agrícolas e conseguisse avançar nos outros elos da cadeia. Com isso, naturalmente, vieram resultados melhores e faturamentos maiores. Esperamos que isso continue”, explica.
O diretor executivo não esconde que foi um desafio alcançar esse resultado em meio à crise econômica causada pela pandemia de Covid-19. “Muitos setores foram afetados pela pandemia, principalmente os serviços. Mas um ponto importante é que o setor de alimentos é resiliente e o setor agrícola como um todo não foi tão negativamente afetado como foram os outros setores”, pondera. “Foi um momento muito ruim, lógico, para a população em geral, mas o setor teve força e condições de crescer durante esse período da pandemia”, diz.
FUTURO DE NOVAS POSSIBILIDADES
Entre as metas para o futuro da Castrolanda, o diretor executivo destaca o crescimento sustentável e a estabilidade dos negócios. “Para que a gente cresça de uma forma sustentável, primeiro precisamos fazer a lição de casa. O que nós queremos é garantir que estejamos preparados para as possíveis oscilações que virão no futuro”, alerta. “Sabemos que virão momentos bons e momentos ruins, mas no longo prazo isso vai fazer com que a cooperativa se fortaleça. A gente quer crescer e ganhar escala, isso é uma diretriz que não podemos deixar de pensar”, avalia.
Willem Bouwman reconhece que se trata de um desafio muito grande imaginar a Castrolanda daqui a 70 anos. “Como cooperativa, temos que estar sempre preocupados em atender o nosso associado, buscando soluções para as dificuldades que ele tem. Também precisamos nos preocupar com a sustentabilidade e o futuro do produtor, se ele vai ter o seu sustento dentro da própria propriedade. Nós precisamos ser uma alavanca para o desenvolvimento desse produtor”, destaca. “O futuro é cheio de incógnitas, de surpresas, não sabemos o que nos espera. Mas de uma coisa, eu tenho certeza: nós temos que fazer o nosso trabalho bem feito, buscar sempre a nossa eficiência, satisfazer o nosso cliente como associado, mas também o nosso cliente como mercado, buscando surpreender. Fazendo isso, com certeza, teremos sucesso”, enfatiza.
RAZÕES PARA CELEBRAR
Não faltam motivos para comemorar os 70 anos de uma história que começou na Holanda, foi escrita em terras brasileiras e consolidada graças ao esforço e dedicação de diferentes gerações. Os números mostram o tamanho da cooperativa e a sua importância para o cenário agropecuário brasileiro, mas o que realmente torna a Castrolanda especial são as pessoas que fizeram ou fazem parte dessa história.
Pensando nisso, a cooperativa lançou, ainda no mês de março, a campanha institucional Razões Para Celebrar para homenagear personagens e contar histórias importantes do seu próprio processo de construção. No decorrer de nove meses, a Castrolanda resgatou o pioneirismo dos imigrantes holandeses e reconheceu a importância dos cooperados que contribuíram para o seu desenvolvimento ao longo dos anos.
O supervisor de Comunicação e Marketing, Edgar Ribas, explica os desafios de recontar essa trajetória. “É uma data muito significativa para nós. O nosso propósito é levar a todos uma experiência de orgulho e pertencimento com a campanha”, resume. “As ações são baseadas em nossos valores e o grande objetivo é mostrar que juntos construímos essas conquistas. Queremos que este momento fique gravado na memória e seja celebrado por todos, mesmo com a distância imposta pela pandemia”, acrescenta.
Durante esse período, foram realizados eventos on-line e conteúdos interativos para temas como sustentabilidade, responsabilidade social e a importância da cooperação. Além disso, o site, redes sociais e a logomarca da Castrolanda ganharam uma nova identidade e agora carregam o selo dos 70 anos, que faz referência à história e à arquitetura holandesa.
COMEMORAÇÃO EM GRANDE ESTILO
Para comemorar a chegada dos 70 anos, a Castrolanda está reposicionando alguns de seus produtos no mercado. Setores de Sementes, Helpen, Fertilizantes, Empório, Nutrição e Energias Renováveis ganharam novas arquiteturas de marcas. O evento de lançamento aconteceu em 30 de novembro e também marcou a reinauguração do Memorial da Imigração Holandesa, como é chamado o moinho de vento da cooperativa.
Além disso, os cooperados participaram de um show fechado com a dupla Fernando e Sorocaba, na Cidade do Leite, realizado exclusivamente para eles. Os colaboradores da Castrolanda não ficaram de fora e puderam acompanhar o evento pela internet. A noite também foi reservada para o lançamento do livro Castrolanda 70 anos: uma história de união, fé e cooperação’, escrito pelo jornalista Edson Lemos, que conta em detalhes de toda a trajetória da cooperativa.
UMA HISTÓRIA DE FORÇA E FÉ
“A Castrolanda possui uma história apaixonante e bastante emocionante, que nos remete à coragem dos nossos pioneiros holandeses. Toda essa força de trabalho e vontade de crescer, aliada ao cooperativismo que está enraizado nas nossas ações, nos trouxeram até aqui”, ressalta Bouwman, presidente da cooperativa. Tudo começou em meados de 1950, quando mais de 50 famílias holandesas, a maioria provenientes do norte do país, imigraram para os Campos Gerais e formaram uma colônia no município de Castro.
A Europa estava mergulhada em uma profunda crise econômica, moral e política, após a Segunda Guerra Mundial, e a área destinada à produção agropecuária ficou ainda mais reduzida na Holanda. Pouco a pouco, diversas famílias holandesas começaram a reunir a coragem necessária para reconstruir a sua vida em novas terras, e essa opção se tornou ainda mais viável com a oferta feita pelo Governo do Estado do Paraná, que garantia o repasse de terras mediante empréstimo a longo prazo. A escolha de Castro se justifica ainda pela proximidade com a colônia holandesa já estabelecida em Carambeí.
Foi com planejamento, coragem e muito trabalho que, no dia 30 de novembro de 1951, foi fundada a cooperativa Castrolanda, marcando também a chegada do primeiro grupo de imigrantes, que se estabeleceu nos Campos Gerais. O nome vem da junção do país de origem – Holanda – e do município da nova moradia – Castro – e remete às memórias do passado e à esperança no futuro.
“Nossa história nasceu da coragem, se fortaleceu na fé e se consolidou no trabalho. São sete décadas focadas na cooperação. Agora, vamos intensificar ainda mais os nossos trabalhos, com valorização das pessoas e foco na eficiência operacional para um futuro de conquistas”, garante Willem Berend Bouwman, presidente da Castrolanda.
Leia a edição completa comemorativa dos 70 anos da Castrolanda no player abaixo.