Segunda-feira, 29 de Abril de 2024

Chácara Maria Emília já está há mais de 14 anos no mercado com a produção de alimentos orgânicos

2023-07-11 às 15:03

O proprietário da Chácara Maria Emília, Bruno Bauer, informou sobre a produção de alimentos orgânicos, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (11).

Como tudo começou

Bruno Bauer comenta que morava fora do país, e o seu pai ter ficado doente foi o motivo de ele retornar ao Brasil e começar a trabalhar na fazenda.

“A minha base é a produção de tomate, e ‘caiu de paraquedas’ uma empresa de São José dos Pinhais que estava precisando de produtor de tomate em Ponta Grossa. O clima daqui é um pouco diferente da capital, o sol aparece um pouco mais cedo e o tomate é um alimento que precisa de muita luminosidade”, destaca Bruno. “A partir disso, conversei com a empresa e deu certo de eu montar uma estufa pra eles. No primeiro ano a produção deu certo, então no segundo a aumentei e no terceiro resolvi profissionalizar investindo em estufas e melhores equipamentos, e estamos neste mercado desde então”, complementa.

Alimento orgânico

Os alimentos orgânicos são aqueles cultivados de maneira sustentável mediante a agricultura biológica (ou orgânica). Esse sistema não utiliza agrotóxicos, adubos químicos, aditivos sintéticos, antibióticos, hormônios, nem técnicas de engenharia alimentar.

“Existe três pilares que o Ministério da Agricultura cobra dos agricultores. O primeiro é não usar produtos químicos, como agrotóxicos. Essa é a base, porque você está trabalhando a terra com produtos naturais e fertilizantes biológicos, que vão enriquecendo cada vez mais a terra, então você deixa o solo vivo”, explica o proprietário.

Produção e gastos

A produção deste tipo de alimento ainda é pequena comparada ao modo mais tradicional, e nem todas as pessoas têm acesso a estes produtos. “A gente tem a percepção que a produção destes alimentos orgânicos ainda é pequena comparada ao número de pessoas e não chega a todo mundo. Pelas estatísticas, a cada ano tem aumentado a produção desses alimentos pelo país, e segundo estatísticas do Mapa, neste último ano teve uma crescente de 13%”, ressalta.

Sem a presença de agrotóxicos, o que pesa mais na produção é a mão de obra, segundo o proprietário. “A mão de obra é mais braçal e hoje em dia ela está cara. Então, por exemplo, ao invés de eu pegar uma bomba e utilizar um produto para matar o matinho que não mata a alface, eu preciso deslocar alguém para carpir ou arrancar com a mão, e isso onera o tempo”, aponta Bruno.

Certificação

A Chácara Maria Emília está com a família desde 1945 e já é certificada há mais de 14 anos, desde que passou a produzir alimentos orgânicos.

“Existe dois tipos de certificação. A participativa deve ser feita através de uma cooperativa, que são um grupo de produtores rurais que produzem esses alimentos orgânicos, e são certificados através da Ecocert. Este tipo de certificação não te dá o direito, pelo Ministério da Agricultura, a colocar o selo nos produtos, ou seja, você não pode comercializar em uma venda, um restaurante ou afim”, explica.

“A gente faz um sistema de certificação por auditoria, então duas vezes por ano vem uma empresa que a gente contrata, que possui todos os parâmetros para a comprovação de que o produto é orgânico. Eles vêm duas vezes por ano para fazer a vistoria e uma delas é uma visita sem aviso prévio, ou seja, a produção deve estar adequada sempre”, pondera o proprietário.

A qualidade dos produtos oferecidos pela Chácara Maria Emília é fruto de todos estes anos de dedicação e vistoria, que garantem o selo aos seus produtos para que possam ser comercializados no mercado.

Diferença dos produtos orgânicos

Segundo Bruno, uma das principais diferenças dos produtos orgânicos está no sabor e no frescor do alimento.

“A grande diferença se dá no tempo de colheita. Por exemplo, os produtos que vêm de outros estados demoram aproximadamente uma semana até chegar ao mercado daqui, então eles são colhidos verdolengos”, afirma Bruno. “O que acontece no mercado, você comprará um tomate de cor vermelha, mas ainda estará verde. Na hora de comer você vai perceber que ele está ácido”, complementa.

Os tomates colhidos pela fazenda são distribuídos frescos, e essa é a grande diferença na hora de ser consumido. “Essa que é a parte legal do orgânico, como a produção é pequena você consegue fazer chegar o produto fresco ao cliente. No caso do tomate o ºBrix dele, por exemplo, que quanto mais elevado estiver na escala de um ao 11, mais doce ele ficará”, finaliza.

Serviço

A Chácara Maria Emília se localiza no fim da Av. Anita Garibaldi, s/n – Vila Liane.

Ela abre para visitação nas sextas, das 13h30 às 15h e das 15h30 às 17h.

Você pode conferir os produtos e entrar em contato através do site. O telefone para contato é: (41) 9 9773-9820; e o e-mail é: [email protected].

Confira a entrevista completa: