A chegada do verão é o momento propício para adotar refeições mais leves, com mais frutas, verduras e legumes no cardápio diário. Nas festas de fim de ano, muitas famílias capricham na variedade de saladas servidas em suas ceias.
Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), desta segunda (19), o diretor da Chácara Maria Emília, Bruno Bauer, destaca as vantagens do consumo de alimentos orgânicos para a nossa saúde.
A diferença básica entre os vegetais orgânicos e os não-orgânicos é que o orgânico é cultivado sem aditivos, ao passo que nos demais são usados agrotóxicos e produtos que favorecem seu crescimento, o tornam mais colorido e o fazem durar mais, como os tomates longa-vida. Segundo Bauer, a aplicação desses aditivos pode tornar o vegetal mais colorido, mais vistoso, “mas isso tira o sabor do alimento”.
Frutas que estão nas gôndolas da feira fora de época, por exemplo, provavelmente não são de cultivo orgânico. Os produtores chegam a aplicar uma fina camada de cera sobre a casca das maçãs para que sua boa aparência seja preservada por mais tempo nas prateleiras do supermercado. A temporada de colheita de maçãs na nossa região se inicia em meados de janeiro e as frutas duram até três meses em câmara fria. Depois, começam a ser vendidas frutas cultivadas em outras regiões.
Ao longo do ano, a Chácara Maria Emília oferece uma variedade de cerca de 200 produtos, de acordo com a sazonalidade. “Tem gente, por exemplo, que precisa comer tomate toda semana. Produzimos durante seis meses. Por isso, fomos atrás de outros produtores, para fazer uma parceria e ter o tomate o ano inteiro”, salienta Bauer.
Do quintal para a mesa
Esses produtos cultivados sem uso de agrotóxicos e aditivos rendem menos colheitas do que os não-orgânicos, o que encarece o custo de produção e o preço para o consumidor final. Por isso, há quem prefira cultivar os orgânicos no próprio quintal.
A dica básica para quem quer montar uma horta ou pomar em casa é aplicar adubo orgânico – esterco de galinha ou de gado, por exemplo, ou até mesmo o produto de compostagem. O adubo vendido em saquinhos no supermercado é químico e, portanto, seu uso descaracterizaria a proposta de cultivo orgânico.
“Pense naquele adubo da soja, que vem branquinho ou vermelhinho. Tudo aquilo é feito em fábrica, com micro e macronutrientes. Só podemos usar adubo simples”, ressalta Bauer.
O diretor da Chácara Maria Emília salienta que o consumo dos vegetais não-orgânicos traz problemas, em longo prazo, pelo efeito cumulativo de metais pesados presentes nos agrotóxicos e que o corpo humano não processa.
Para ser comercializado como orgânico, não basta o produto ser livre de agrotóxicos. “É preciso ter um selo aferido pelo Ministério da Agricultura. Contratamos uma empresa auditora e é passado todo um cronograma feito durante o ano”, comenta.
Encomenda via aplicativo
A Chácara Maria Emília desenvolveu um aplicativo para smartphones onde realiza a venda de produtos orgânicos. O aplicativo está disponível tanto para iOS quanto para Android.
Mais informações pelo site e pelas redes sociais: @chacaramariaemilia.
Confira a 1ª parte da entrevista aqui.
Confira a 2ª parte no vídeo abaixo: