Domingo, 26 de Janeiro de 2025

Após resgate em residência, IAT devolve tamanduá-mirim para a natureza

2025-01-25 às 14:47
Foto: Roberto Dziura Jr./AEN

Um tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) resgatado em uma residência na tarde de sexta-feira (24) foi devolvido ao seu habitat natural neste sábado (25), nas proximidades do Parque Estadual do Rio da Onça, localizado na divisa entre os municípios litorâneos de Matinhos e Pontal do Paraná. A fêmea adulta, de 4,5 quilos, estava saudável e, após ser microchipada, pôde ser devolvida para a natureza. Foi a primeira “devolução” de um animal da espécie ao seu habitat neste ano.

O coordenador do Setor de Fauna do Escritório Regional do Instituto Água e Terra (IAT) do Litoral, Rafael Galvão da Silva, destacou que o animal silvestre passou por uma série de avaliações antes de ser liberado para soltura. “Nós tivemos um acionamento para resgate de um tamanduá-mirim, em uma residência próxima ao Parque Estadual do Rio da Onça. Ela acabou saindo da área de floresta e entrando nos fundos de uma residência. Fizemos uma avaliação técnica do animal e os procedimentos legais para poder realizar essa soltura”, explicou.

Nesses casos, além da avaliação técnica, a equipe do IAT faz uma avaliação ambulatorial para verificar a saúde do bicho antes da soltura. Já a microchipagem serve para que o órgão saiba por onde ele anda, se ainda se encontra dentro do seu habitat, e serve também para registro, como se fosse uma espécie de CPF.

O microchip também ajuda em caso de recaptura, em que o leitor indica, por exemplo, quantos anos se passaram entre as capturas e se aumentou de tamanho, contribuindo para a criação de programas e políticas públicas para incentivar o cuidado com a espécie.

NO TOPO — O tamanduá-mirim é uma espécie que ocorre em todo o bioma da Mata Atlântica, na bacia amazônica e em um pedaço do leste da Bolívia e do Paraguai. “Diferente do tamanduá-bandeira, que estamos acostumados a ver andar pelo chão, principalmente no cerrado, esse é um animal quase 100% arborícola, então ele vai passar boa parte da sua vida no topo das árvores”, ressaltou Silva.

As fêmeas podem ter até duas gestações por ano, com um filhote. Classificados tanto na lista paranaense quanto na lista nacional de ameaçados de extinção, a soltura do tamanduá-mirim e de outras espécies segue diversos parâmetros, principalmente na escolha do melhor habitat para o animal, que neste caso é justamente o parque, uma vez que ele foi encontrado nas proximidades.

“A gente tem certeza que esse animal estava aqui, então sempre iremos priorizar o habitat próximo do grupo que ele já está integrado, para não reintroduzir um animal fora do seu grupo. A distribuição desses animais, principalmente aqui no nosso bioma, é por conta da preservação que temos no nosso Litoral”, acrescentou o coordenador.

COMO PROCEDER — Os municípios, juntamente com o Estado, são os responsáveis por resgatar e atender animais silvestres feridos ou que circulam em zona urbana ou periurbana. Caso encontre um animal em sua residência ou em áreas urbanas, o ideal é entrar em contato com as secretarias municipais de meio ambiente (ou órgãos similares da cidade) e passar o máximo de detalhes. A partir desta triagem é que o animal será resgatado.

Se for um animal silvestre de menor porte e que não cause perigo, uma opção é deixar que o próprio bicho volte ao seu habitat natural. Mas se for um animal com elevado potencial agressivo e que seja uma ameaça à população, ou ainda que corra risco de morte, informe o Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde pelo número 181, o Corpo de Bombeiros pelo 193, ou o escritório regional do IAT mais próximo.

Há, ainda, o telefone da gerência de Biodiversidade do IAT – (41) 3213-3830 –, o contato dos veterinários do setor – (41) 3213-3767 – e o WhatsApp – (41) 99554-3114. No Litoral, o telefone de contato é o (41) 97401-6701.

ESTRUTURA — O Parque Estadual do Rio da Onça foi criado em 1981 e conta com diversas espécies de fauna e de flora em seu interior. Aberto de quarta a segunda-feira, das 8 às 17 horas, conta com uma trilha de 1,5 quilômetro bem estruturada.

Em 2022, o parque foi ampliado, passando de 118 hectares para aproximadamente 1,6 mil hectares. “Os visitantes conhecem um pouco da nossa Mata Atlântica, com bastante fauna e flora, uma variedade de plantas com mais de 80 espécies de bromélias”, contou Jeferson Pereira, que trabalha no receptivo do parque. “Qualquer turista pode vir conhecer, mas o foco mesmo é a educação ambiental. É fundamental ter esse parque no nosso município porque mostra o quanto é importante a natureza para todos.”

Ao chegar ao parque, a pessoa passa por um centro de visitante, onde é feito um cadastro e passadas orientações sobre a trilha. Possui também um auditório, onde são recebidas escolas, colégios e universidades para ações de educação ambiental. O nome do parque é em alusão a uma história contada por antigos moradores, que afirmavam que viam uma onça no rio aos fundos do parque, bebendo água.

VERÃO MAIOR PARANÁ – Toda a programação do Verão Maior Paraná pode ser conferida no site exclusivo do Governo do Paraná, o pr.gov.br/verao. Serão 33 shows nacionais gratuitos nas arenas de Matinhos e Pontal do Paraná, além de grande programação esportiva nas arenas das praias do Litoral e na região Noroeste.

da AEN