Um crime ocorrido no último sábado (12) em Guaíra, no Oeste do Paraná, está sendo investigado pela Polícia Civil. Everton Lopes Rodrigues, indígena da aldeia Yvyju Avar e filho de um cacique, foi encontrado morto e decapitado. Ao lado do corpo, uma carta com ameaças a indígenas e a agentes da segurança pública foi deixada pelos autores do crime.
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o documento continha menções a organizações criminosas e anunciava possíveis ataques a novas vítimas. O texto faz acusações contra indígenas e ameaça ações violentas, incluindo contra a Força Nacional de Segurança Pública.
“Aqui é o Bonde 06 do N.C.S.O. Estamos dispostos para eliminar qualquer um que atravessar o nosso caminho, principalmente quem pertence ao P.C.C. Nós sabemos que vocês paraguaio que diz ser indígena, vocês são aliados do nosso principal inimigo, que é o P.C.C. Se vocês não desocupar as terras… nós vamos matar mais de vocês. Iremos invadir as aldeias já existente, atacaremos o ônibus com vossas crianças dentro, queimaremos vivos. Não é uma ameaça vazia, mas sim recheada com ódio… O próximo ataque será contra contra esse lixo apelidado de Força Nacional. Nós avisou porque nós somos bandido, mas não covarde. Aguarde o próximo capítulo. Vão ter que andar de blindado…”
A carta foi encaminhada para perícia, e a investigação conta com o apoio da Polícia Federal. Até o momento, não há informações sobre a autoria do crime ou possíveis prisões.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania também emitiu nota em que classifica a morte do filho do cacique como “bárbara” e cita uma série de assassinatos contra indígenas no Paraná.
“Reiteramos nosso compromisso com a defesa da vida, da dignidade e dos direitos dos povos indígenas, certos de que nenhuma ameaça silenciará a luta ancestral por justiça e território”, finalizou o Ministério em nota.