O Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, apresentou à Vara Criminal de Ibiporã, no Norte Central do estado, denúncia contra nove pessoas – entre elas, dois policiais militares – por latrocínio (roubo com resultado morte), ocultação e destruição de cadáver, incêndio, furto, roubo agravado, extorsão agravada, receptação, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
A denúncia decorre das investigações da Operação Mar Vermelho, que apurou a existência de um grupo criminoso sediado em Ibiporã, especializado no desvio de cargas, que agia no Paraná e em São Paulo, contando com o auxílio de policiais militares. No dia 22 de agosto de 2021, integrantes do grupo resolveram matar o líder do esquema para se apropriarem dos seus bens e assumirem o controle dos negócios ilícitos. Eles levaram a vítima para um local ermo, no município de Jataizinho, subtraíram seus bens pessoais e a obrigaram a fazer transferências bancárias, executando-a em seguida. Dias depois, dois dos envolvidos, entre eles um policial militar, voltaram ao local do crime e queimaram o cadáver.
Colaboração premiada – As investigações contaram com a colaboração premiada de um dos envolvidos, que narrou com detalhes como funcionava o esquema criminoso de desvios de cargas e a posterior morte do líder do esquema criminoso. O trabalho investigativo contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar.
Na denúncia, o MPPR solicita – além da condenação criminal dos envolvidos – o perdimento de produtos e proveitos dos crimes, no valor de R$ 791.105,26, a perda de valores relacionados à lavagem de dinheiro (R$ 100 mil) e a fixação de dano material e moral mínimo, bem como a perda dos cargos públicos ocupados pelos policiais militares.
Esta é a primeira denúncia de uma série de fatos investigados na Operação Mar Vermelho. O Gaeco de Londrina apura ainda eventual prática de homicídio doloso, que teria sido cometido por uma equipe policial a mando de integrantes de uma família que devia dinheiro a agiotas, e a constituição de organização criminosa, além de outros ilícitos penais cometidos por seus integrantes.
do MPPR