O general Joaquim Silva e Luna, ex-diretor de Itaipu, recebeu uma notificação extraoficial da empresa solicitando a devolução de valores que teria recebido de forma supostamente indevida, conforme uma denúncia protocolada na ouvidoria da Itaipu. A denúnci foi revelada pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, e recebida pelo jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o registro na ouvidoria, em 2019, Luna e outros cinco diretores aprovaram o pagamento de R$ 1,3 milhão como bonificação por perda de direitos trabalhistas. No entanto, a denúncia aponta que essa bonificação era um direito exclusivo dos empregados celetistas, e não dos diretores, que recebem honorários.
Os diretores, incluindo Luna, foram notificados informalmente e solicitados a fornecer esclarecimentos, além de devolver a quantia de forma voluntária.
Outros três militares ocupavam cargos de direção: o contra-almirante Paulo Roberto da Silva Xavier, o almirante Anatalício Risden Júnior e o general Luiz Felipe Kraemer Carbanell. Entre os civis que receberam a bonificação estão o funcionário de carreira Celso Villar Torino e a advogada Mariana Favoretto Thielle, ex-superintendente da Fundação Itaipu Brasil de Previdência Complementar.
Em nota à coluna de Guilherme Amado, Luna e Silva afirmou que a decisão de pagar a bonificação foi tomada após constatar que a Direção-Geral paraguaia já havia realizado pagamentos similares aos seus funcionários. Ele mencionou que a diretoria colegiada votou pela inclusão de todos os diretores na bonificação, além de afirmar que doou o valor recebido, embora não tenha especificado a quem.
Luna e Silva foi nomeado por Jair Bolsonaro, que mais tarde o indicou para a presidência da Petrobras. Atualmente, ele é candidato a prefeito de Foz do Iguaçu, contando com o ex-presidente como seu principal apoiador.