O governo do presidente Lula (PT) vai encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, um dos principais projetos da gestão de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

O programa deverá ser encerrado até o final deste ano letivo, conforme decisão dos ministérios da Educação e Defesa, segundo ofício enviado aos secretários de Educação de todo o país, diz a reportagem. Os militares deverão sair gradualmente dos colégios, segundo o documento emitido pelo MEC, que ainda pede uma transição com cuidado para não atrapalhar o “cotidiano das escolas e as conquistas de organização que foram mobilizadas pelo programa”.

A nota técnica ainda argumenta que o programa desvia finalidade das Forças Armadas. Ainda, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o Ministério da Educação concluiu que o programa tem um problema de execução orçamentária e que a verba pode ser melhor aplicada em outras frentes.

Professores e sindicatos da categoria criticaram o programa. A secretária do Sindicato dos Professores do Estado do Paraná, Vanda Bandeira Santana, disse em entrevista ao UOL que as escolas cívico-militares promovem um processo “autoritário” e “excludente”.

“A militarização da educação é muito grave, porque ela transforma as relações sociais dentro da escola, o processo de formação, de socialização dos alunos, em uma relação em extrema hierárquica”, afirma Vanda Bandeira Santana.

Ponta Grossa

Em Ponta Grossa, quatro colégios cívico-militares estão em funcionamento: José Elias da Rocha, Professor Colares, General Antônio Sampaio e Frei Doroteu de Pádua.

No Paraná, a implementação do modelo cívico-militar, que tem gestão compartilhada entre pastas da Educação e da Segurança Pública, iniciou ainda em 2020, quando ocorreu uma consulta pública nos colégios da rede estadual do Paraná. Na oportunidade, 186 escolas aprovaram o novo sistema, que começou a funcionar em 2021.

Com informações do UOL e O Estado de S. Paulo