Domingo, 23 de Março de 2025

Governo promove 1º Seminário Estadual de Políticas Públicas de Combate ao Racismo

A programação contou, ainda, com apresentações artísticas, bem como duas mesas de debate
2025-03-22 às 11:46

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), promoveu o 1º Seminário Estadual de Políticas Públicas de Combate ao Racismo – Respeito e reconhecimento dos Povos de Terreiro e Religião de Matriz Africana, sexta-feira (21), no Teatro Guaíra. O evento reuniu gestores públicos, lideranças, autoridades religiosas, representantes institucionais e a sociedade civil para discutir estratégias de enfrentamento ao racismo e celebrar conquistas na promoção da igualdade racial.

A secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, reforçou que um dos compromissos inegociáveis do Governo e da Semipi é o combate ao racismo, ao preconceito, à discriminação e à intolerância religiosa. “Sabemos que temos um caminho longo a ser percorrido, mas juntos construiremos uma sociedade livre de preconceitos e, principalmente, livre de todas as formas de racismo que ainda persistem no nosso país e no Paraná”, destacou.

“Hoje já são mais de 40 municípios que têm Conselho Municipal de Igualdade Racial e neste ano ainda teremos mais um fato histórico para o Brasil e para o Paraná: a transferência de recursos fundo a fundo, para o fomento às lideranças que hoje compõem a promoção da igualdade racial e o combate a todas as formas de racismo, violências e preconceitos”, ressaltou Leandre.

O diretor de Igualdade Racial, Povos e Comunidades Tradicionais da Semipi, Eduardo Filho, afirmou que o evento é um marco na história do Estado. “É a primeira iniciativa que evidencia as políticas existentes e que reúne órgãos que representam o segmento, como o Ministério Público e a Defensoria Pública, conselheiros e agentes de causa. Um momento de olharmos essa população que tem mulheres, crianças, jovens, adultos, com as suas especificidades e que sofrem a violência, a discriminação”, reiterou.

REPRESENTATIVIDADE
O evento foi realizado no Dia Nacional das Tradições de Matrizes Africanas e Dia pela Eliminação da Discriminação Racial.

O presidente do Conselho Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais, Gustavo Mussi, lembrou que ainda existem na história muitas formas de violência. “Eventos como esse são sempre momentos fundamentais para que a gente repense as condutas e quais os enfrentamentos que valem a pena escolher relacionados a esse assunto. A iniciativa é louvável, por reconhecer os povos de terreiro como comunidades autônomas do ponto de vista simbólico da sua autoidentificação”, salientou.

A conselheira dos Povos de Terreiro, do Conselho Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais, Yalorisá Josiane D’Agostinho, comentou que o evento é um avanço, principalmente no Paraná. “Isso nos traz um espaço de pertencimento. A partir do momento em que a sociedade entender que a geografia da cidade, do Estado, nos pertence, nós perderemos o medo de andar de branco, de colorido. E isso vai fazer com que as comunidades se unam. Este seminário reflete essa união”, apontou.

A coronela da Polícia Militar da Bahia, Denice Santiago, disse que o racismo é um problema cultural e está estruturado na sociedade. “A luta contra isso é um processo, um salto evolutivo, mas só se faz com educação. Trazer discussões sobre políticas públicas para um seminário como este, com pessoas de vários segmentos para ouvir, falar e construir um novo conhecimento, é válido para que a gente possa erradicar de uma vez por todas o racismo em nossas relações”, observou.

OUTRAS AÇÕES
A programação contou, ainda, com apresentações artísticas e culturais, bem como duas mesas de debate: uma com o tema “Religiões de Matriz Africana e Espaços de Reconhecimento: Territorialidade e Cultura” e outra sobre “Segurança Pública e o atendimento a Povos e Comunidades de Terreiro e Matriz Africana”.Paraná Amigo da Pessoa Idosa pode inspirar políticas na América, afirma técnico do BID

Além disso, teve o relançamento do SOS Racismo, numa parceria entre a Semipi e Controladoria-Geral do Estado (CGE-PR), que a partir de agora apoiarão em todo o processo logístico, para orientações e recebimento de denúncias para os casos de racismo, discriminação e injúria racial.

Houve também a assinatura do Protocolo de Intenção com a ONG Renovatio, para atendimento oftalmológico a comunidades em vulnerabilidade no Paraná.

PRESENÇAS
Estiveram presentes no evento a Yalorisá Mãe de Santo, Dra. Dalzira Maria Aparecida – Mãe Yagunã, representando as sacerdotisas, yalorisás e mães de santo de Curitiba e do Estado do Paraná; a promotora de Justiça do Ministério Público do Paraná, Amanda Ribeiro dos Santos; o ouvidor-geral do Estado do Paraná, da Controladoria-Geral do Estado (CGE-PR), Yohhan Garcia de Souza; a secretária municipal da Mulher e Igualdade Étnico-Racial de Curitiba, Marli Teixeira; o coordenador do Fórum das Religiões de Matrizes Africanas, Babalorixá Flavio Maciel; o coordenador da casa das Religiões Unidas, Luiz Omar Saboia; Pai Jimmy de Oxóssi, da Federação Umbandista do Estado do Paraná (Fuep), entre outras autoridades.

As informações são da Agência Estadual de Notícias.