Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025

Homem simula assalto e mata esposa: mensagem no celular revela farsa no PR

Jaqueline Rodrigues Pereira venceu o câncer, mas foi morta pelo marido em crime forjado como latrocínio no Oeste do estado
2025-09-29 às 14:33

Adriano Forgiarini, de 37 anos, foi preso por assassinar Jaqueline Rodrigues Pereira, sua esposa de mesma idade, em São Miguel do Iguaçu (PR). O crime ocorreu na madrugada de 13 de setembro de 2025, mas só veio à tona dias depois, quando investigações desmascararam a tentativa de forjar um assalto visando ocultar o feminicídio.

Mensagem enviada após a morte revelou o crime

De acordo com a Polícia Civil, cerca de onze minutos após Jaqueline ter sido morta a tiros na cama pelo marido, seu celular foi utilizado por Adriano para enviar uma mensagem em um grupo familiar no WhatsApp, tentando simular normalidade. A mensagem, enviada às 5h31 com um “bom dia povo”, chamou a atenção dos parentes, pois fugia completamente ao padrão de comportamento da vítima. A confirmação do horário foi possível por meio de gravações feitas por uma câmera de segurança na casa — imagens e áudios recuperados permitiram reconstituir o momento do homicídio e o uso do aparelho telefônico para enganar a família.

Simulação de roubo e farsa desvendada

Após cometer o crime, Adriano simulou um assalto: revirou cômodos e abriu portas de móveis para dar aparência de roubo. Em seguida, atirou superficialmente em si mesmo e buscou socorro, sendo hospitalizado em estado grave. Inicialmente, a ocorrência foi registrada como latrocínio, mas a polícia desconfiou da versão apresentada. À medida que as investigações avançaram, novas provas e testemunhos apontaram que o disparo em Adriano havia sido autoprovocado, desmontando a justificativa de crime praticado por terceiros.

Vítima recém-formada e sobrevivente do câncer

Jaqueline havia se curado de um câncer de mama em março deste ano e, segundo familiares, mantinha aparentemente um bom relacionamento conjugal. O casal estava junto há 12 anos e tinha um filho de 11 anos. Amigos e parentes relatam que não havia histórico conhecido de violência doméstica e que a descoberta do crime foi um choque para todos.

Adriano Forgiarini foi detido preventivamente em um hotel de São Miguel do Iguaçu, 13 dias após o crime, quando as provas consolidaram sua autoria. A arma usada foi encontrada na propriedade da família. A Polícia Civil trata o caso como feminicídio com motivo fútil, mas a motivação não foi divulgada. A defesa do acusado declarou somente que acompanha o caso e aguarda o andamento das investigações, optando pelo silêncio por respeito ao processo legal.