O Ibama no Paraná é um dos órgãos que está em Rio Bonito do Iguaçu, cidade atingida por um tornado no último dia 7 de novembro. Segundo o superintendente do órgão no estado, Ralph Albuquerque, o Ibama colocou-se imediatamente à disposição para atuar em conjunto com outras instituições do Governo Federal, estadual e municipais. “Após a emergência ambiental ocorrida em Rio Bonito do Iguaçu e região, o Ibama-PR colocou-se de pronto à disposição para atuar conjuntamente com outras instituições do Governo Federal, Estadual e dos municípios. Nesse tipo de situação, por maior que haja o intuito de proceder com o auxílio imediato à população, as instituições são treinadas a responder hierarquicamente às cadeias de comando. Há protocolos específicos a serem seguidos. Internamente o IBAMA segue as orientações previstas junto ao Sistema de Comandos de Incidentes (SCI)”, explica.

O órgão comunicou a Defesa Civil estadual, colocando à disposição não apenas seu corpo técnico, mas também equipamentos e veículos úteis aos resgates e atendimentos, de acordo com as demandas repassadas pela Coordenadoria da Defesa Civil. O Ibama também tem atuado diretamente no apoio logístico e na distribuição de alimentos às famílias afetadas. Para isso, foram destacados 23 brigadistas da Brigada Indígena de Combate ao Fogo (Prevfogo) da Terra Indígena de Rio das Cobras, localizada no município vizinho de Nova Laranjeiras.

Além do auxílio emergencial, o Ibama-PR tem contribuído indiretamente com a reconstrução da cidade, destinando bens apreendidos em ações fiscalizatórias, como madeira serrada. “Estima-se que cerca de 150 metros cúbicos de madeira (cerca de 10 caminhões) estão sendo doados para órgãos e associações de Rio Bonito do Iguaçu e região. A destinação tem buscado contemplar as áreas igualmente atingidas nas zonas rurais, mais afastadas, com ocupações e assentamentos de reforma agrária”, afirma Albuquerque.

Período de ajuda

O órgão permanecerá disponível enquanto houver necessidade de apoio às vítimas. “O Ibama-PR seguirá à disposição da coordenação da Defesa Civil pelo tempo que for necessário. Não há no momento prazo para a desmobilização das ações de auxílio. No caso do município de Rio Bonito do Iguaçu, considerando que parcela considerável da cidade foi afetada, entende-se que o suporte se dará até a reestruturação do município, de modo que as famílias consigam se restabelecer. A Superintendência do Ibama-PR seguirá destinando prioritariamente os bens apreendidos às regiões afetadas pelo tornado”, detalha.

Além do atendimento emergencial, o Ibama realiza ações de educação ambiental, com foco na prevenção e na orientação de comunidades em áreas de risco. “As ações têm-se dado sobretudo junto a escolas da rede pública de ensino, elucidando a necessidade de conhecimento acerca da problemática, bem como o atendimento e resposta às emergências. Com o aumento da frequência e a intensidade dos desastres climáticos, sendo o estado do Paraná uma das áreas de impacto, o Ibama-PR tem intensificado estas ações junto às comunidades, sobretudo em áreas de risco”, afirma Albuquerque.

O Ibama disponibiliza canais de contato para a população, incluindo o site oficial (www.ibama.gov.br), a plataforma Fala.BR e o telefone 0800 061 8080, além de atendimento presencial nas unidades em Curitiba, Paranaguá, União da Vitória, Londrina e Foz do Iguaçu. O superintendente reforço que, em situações de calamidade, a população deve seguir as orientações da Defesa Civil: “A Defesa Civil estadual é a instituição responsável e altamente qualificada no atendimento e enfrentamento aos desastres ambientais. Deste modo, o IBAMA-PR orienta que os cidadãos sigam as orientações e recomendações do órgão. A preservação da vida vem em primeiro lugar”.

Papel social e preservação da vida

Albuquerque também ressalta o papel social do Ibama, destacando que a atuação do órgão vai além da fiscalização ambiental. “Em um cenário de emergência climática, falar sobre estes desafios é cada vez mais necessário e prioritário. O Ibama, como instituição de Estado, possui papel chave no esclarecimento da população sobre os efeitos das alterações do clima. O envolvimento da instituição vai muito além das ações de fiscalização e repressão aos crimes ambientais, embora a visão majoritária da população seja a de um órgão de controle e repressão. Há que se compreender que muitos dos desastres naturais, como inundações, deslizamentos e incêndios têm causas ou consequências diretamente ligadas às questões ambientais. Então o papel fiscalizador do IBAMA tem igualmente o objetivo de evitar que a própria população padeça destes desastres”.

O superintendente citou ainda ações de recuperação ambiental na região: em parceria com o o Município de Rio Bonito, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Itaipu Binacional, o Ibama realizou o plantio de 5 mil mudas de árvores nativas em outubro de 2025, com a previsão de continuar mensalmente até maio de 2026, totalizando cerca de 50 mil mudas. “A recuperação destes ambientes não apenas reflete em melhorias na qualidade ambiental das populações locais (como preservação de nascentes e rios, proteção ao solo), como também contribui em escala menor com o combate às mudanças do clima. O Ibama trabalha para que a preservação não seja apenas da natureza, mas - também – da vida”, concluiu.