Período de conscientização é lei no Paraná desde 2018, após ser aprovada na Assembleia Legislativa do Paraná
Julho Dourado foi instituído no Paraná como o mês de reflexão e promoção de eventos sobre a saúde de animais, em especial cães e gatos, além de alertar para a importância da prevenção de zoonoses, após uma proposição do deputado Cobra Repórter (PSD) ter sido aprovada na Assembleia Legislativa do Paraná e que deu origem à lei 19472/2018. A data consta no Calendário Oficial de Eventos do Estado, e no período podem ser realizadas palestras e ações que garantam qualidade de vida a animais de rua ou de estimação.
O deputado Cobra Repórter ressaltou a importância do mês dedicado à saúde animal. “Sou autor da Lei estadual que criou o ‘Julho Dourado’, mês de conscientização sobre cuidados com animais de rua e animais domésticos de estimação (pets) e prevenção de zoonoses. Neste mês que está começando, queremos motivar a população para que reflita sobre o bem-estar dos animais. Esses seres tão inocentes e fiéis merecem nosso respeito e cuidado. Eles não têm voz para se expressar, mas podemos ser suas vozes. A lei Julho Dourado representa a união de esforços em prol de uma causa nobre, onde todas as formas de vida são valorizadas e respeitadas”, afirma.
A Lei que instituiu o ‘Julho Dourado’, prevê uma ampla campanha em nível estadual nas emissoras de rádio e TVs; o envio de ofício a todas as prefeituras, câmaras municipais, organismos públicos e privados ligados aos animais solicitando ações; pedido que os prédios públicos municipais e estaduais sejam iluminados na cor dourada à noite.
“Essas criaturas preciosas têm o direito de viver uma vida digna, livre de maus-tratos e abandono. E cabe a nós, como cidadãos conscientes, assumir essa responsabilidade. Portanto, conclamo a todos os cidadãos a se unirem a essa causa. Adotem, esterilizem, alimentem e ofereçam amor aos animais. Sejamos o exemplo de compaixão e solidariedade, pois só assim poderemos construir um mundo onde o respeito a todas as formas de vida seja uma realidade palpável”, destacou o deputado Cobra Repórter.
O presidente da Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa, deputado Arilson Chiorato (PT) destacou que “o Julho Dourado é uma oportunidade a mais de conscientização e cuidado sobre as zoonoses. Neste mês é importante falarmos sobre a importância da saúde dos animais, o que inclui, além da campanha de conscientização, cuidados de higiene com os pets, alimentação e também vacinação em dia. Os tutores de cães e gatos devem ficar ainda mais atentos para manterem seus bichos de estimação saudáveis e, claro, suas famílias e amigos. Aproveito para chamar a atenção para uma das zoonoses mais conhecidas, a raiva, que é transmitida por meio da mordida do animal infectado. Por isso, quem tem um cachorro sob seus cuidados deve ficar atento ao calendário vacinal, o que inclui a vacina contra a raiva”.
Zoonoses
Para o diretor da Clínica Veterinária Arca de Noé de Curitiba, doutor Sylvio Renato Mehler Elias, “as zoonoses são mal compreendidas especialmente pelo tipo de cobertura feita pela mídia, que ao invés de educar a população a entender o processo exato de transmissão, só faz estigmatizar os próprios animais como causadores de doenças. Mal sabem essas pessoas que é justamente a presença invasiva de humanos destruindo os habitats de animais, que provoca o espalhamento de muitas doenças. Acaba que os animais são muitas vezes mortos por conta de notícias falsas ou deturpadas, até de pessoas que teoricamente deveriam conhecer a questão, como por exemplo, médicos que pedem para gestantes se livrarem dos gatos e não entendem que a toxoplasmose é adquirida essencialmente de ingestão de carne mal passada ou verdura mal lavada e não do seu próprio gatinho que convive com ela em sua casa ou apartamento”, apontou.
“Existem dezenas de outros exemplos, como a matança de cães que se deu em SP há anos atrás, quando se achou que a leishmaniose era culpa deles e depois descobriu-se que centenas foram sacrificados inutilmente. Mais recentemente, populares matando macacos nas casas e nas fazendas, com medo da febre amarela e esse ano passado a OMS teve que mudar o nome da doença “varíola dos macacos” para “mpox” pois o ser humano em sua suprema ignorância começou a matar os animaizinhos sem razão nenhuma. Agora com essa história de febre maculosa transmitida pelo carrapato, doença que sempre existiu e nunca havia sido veiculada pela mídia, pessoas estão se voltando aos cães pois estão achando que o carrapato deles (que geralmente é de outra espécie, não transmissora dessa doença) vai adoecer sua família”, explicou o doutor Sylvio Mehler.
Maus Tratos contra animais
Maltratar animais é crime que pode resultar em detenção de dois a cinco anos. É importante denunciar qualquer atitude suspeita ou criminosa. Se alguma ação do indivíduo coloca em risco a integridade física e/ ou emocional do animal, ela pode ser considerada como maus-tratos.
Abandonar, não oferecer assistência médica, alimentação adequada, manter o bichinho em locais insalubres ou trancafiados, falta de cuidados com a higiene e, claro, casos de agressão, são alguns dos exemplos que precisam ser denunciados.
Se presenciar alguma situação de maus tratos ou desconfiar de atitudes suspeitas, as denúncias podem ser feitas ao Ibama (0800 61 80 80), Disque Ambiente (0800 11 35 60), Disque Denúncia (181) ou Polícia Militar (190).
da Alep