Quarta-feira, 06 de Agosto de 2025

Moro critica prisão domiciliar de Bolsonaro e compara tratamento dado a Lula

2025-08-05 às 18:33
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Sergio Moro (União-PR) criticou, nesta terça-feira (5), a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele ainda comparou a situação atual com o tratamento dado ao então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Esta prisão domiciliar do ex-presidente Bolsonaro é desnecessária. Ele ainda responde ao processo, não foi julgado. Vamos fazer um comparativo com o caso do ex-presidente Lula, que só foi preso depois de julgado e ainda em segunda instância. E ele também vocalizava toda hora seu inconformismo em relação à atuação da Justiça, o que não é motivo suficiente para a decretação de uma preventiva ou de uma prisão domiciliar. Ainda mais com a proibição de falar, de dar entrevista, de se pronunciar nas redes sociais. Esse é um precedente muito perigoso, de proibir qualquer acusado de se manifestar livremente antes de ser julgado”, afirmou o senador em entrevista à TV Senado.

Tarifaço dos EUA

Moro também defendeu cautela e diálogo para distensionar a crise entre o Brasil e os EUA. Em Brasília, ele conversou com parlamentares e ressaltou que é preciso que o Congresso promova uma ação emergencial a fim de priorizar a economia brasileira e reduzir os danos. A declaração foi feita na véspera da implementação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para esta quarta-feira (6).

“Muitos produtos devem ser afetados com a entrada em vigor das novas tarifas americanas e o Congresso tem que agir de forma emergencial para reduzir os danos à economia. Ainda bem que há uma lista de exceções entre os produtos taxados, mas muitos setores ainda serão bastante prejudicados. No último mês, viajei pelo Paraná e tive a oportunidade de encontrar diversos produtores e empresários da indústria bastante preocupados. Se por um lado, os produtores de laranja e de móveis ficaram de fora do aumento das tarifas, por outro, temos a indústria pesqueira, por exemplo, bastante afetada. O que temos que buscar em nosso país é distensionar a crise”, afirmou o senador paranaense em entrevista à TV Senado, nesta terça-feira (5).

Moro reforçou que as tarifas não se justificam, mas o grande problema é o Brasil se afastar cada vez mais das democracias ocidentais. “Estamos nos afastando cada vez mais das democracias ocidentais por razões políticas e esse é o grande problema. Temos que trabalhar diplomaticamente com firmeza e em defesa da nossa soberania para afastar esse mal-estar entre Brasil e EUA, que são aliados históricos. Isso não significa dizer que concordamos com as tarifas ou concordamos com Donald Trump, mas sim que está na hora de dialogar com responsabilidade na mesa de negociação”, completou.

da assessoria