há 41 minutos
Heryvelton Martins

Um vídeo que circula nas redes sociais expõe estudantes do Colégio Estadual Cívico-Militar João Turin, no bairro Água Verde, em Curitiba, marchando em quadra e cantando versos que exaltam ações violentas do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), como “entrar na favela e deixar corpo no chão”. As imagens foram reveladas pelo APP-Sindicato, que denuncia doutrinação ideológica extremista contra populações periféricas.
A gravação ocorre sob olhar de um militar da reserva, cujo nome não foi divulgado, e a data permanece desconhecida.
A Secretaria de Educação do Paraná (Seed) convocou os diretores da escola para explicações, destacando que colégios cívico-militares lideram projetos como Ganhando o Mundo e Maratona Tech, mas repudiou a manifestação por contrariar a educação cidadã e transformadora.
A pasta não detalhou o ano letivo envolvido nem medidas contra responsáveis. No estado, 345 escolas adotam o modelo, com gestão compartilhada entre diretor civil (pedagógico) e militar (disciplina), incluindo uniformes específicos, monitores da reserva e currículo com Constituição e cidadania.
A APP-Sindicato classificou o episódio como grave promoção de ódio e violência, reforçando a luta contra a militarização da educação pública. O sindicato associa a letra, popularizada no filme Tropa de Elite, a letalidade policial em favelas.
Desde 2021, o programa enfrenta Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF, movida por PT, PSOL e PCdoB, questionando a lei e a dispensa de consulta comunitária para diretores; o relator Dias Toffoli enviou o caso ao Plenário em março de 2024, sem prazo definido.