A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann, comentou sobre as medidas adotadas pelo governo Lula para auxiliar as famílias atingidas pelas enchentes e a política econômica do PT, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,3 para Ponta Grossa e região e 92,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta-feira (27).

Reunião com Waldez Góes

Na última sexta-feira (20), foi realizada uma reunião com parlamentares, defesa civil e com o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para alinhar soluções para as enchentes que atingem cidades do Paraná. Promovido de maneira online, o encontro reuniu mais de 100 representantes municipais, estaduais e federais que puderam conhecer em detalhes ações a serem tomadas e quais medidas a administração federal tem tomado para reverter o cenário.

“A reunião foi realizada para que a gente pudesse agilizar todas as ações do governo federal para ajudar os municípios que sofreram com as enchentes. Já havia sido decretado estado de emergência em muitos deles e nós ao ministro, juntamente com os prefeitos e deputados federais agilizar esse processo que é fundamental”, afirma a deputada.

A importância de decretar estado de emergência está ligada ao saque de calamidade do FGTS, segundo Gleisi. “A partir disso é liberado o auxílio emergencial humanitário e o pagamento do Bolsa Família é antecipado, além de uma série de ações que possuem o caráter humanitário”, pontua. “Essa também é uma forma de agilizar os planos de trabalho com os município, porque muitos deles têm dificuldade de fazer esse plano de trabalho para conseguir a ajuda humanitária”, complementa.

Ela aponta que o Ministério do Desenvolvimento Regional dispôs toda a equipe técnica para ajudar os municípios afetados. “Isso já está em andamento para que os municípios consigam ter o auxílio necessário”, explica.

Gleisi pontua que eles também dialogaram com o Ministério dos Transportes para falar sobre as rodovias do estado. “Está acontecendo a recuperação da BR-476, que é muito importante para o Paraná, na região entre União da Vitória e Paulo Freitas. Tem outras estradas que também precisarão de ajuda e o Ministério já está analisando essa questão”, ressalta.

Ajuda humanitária

Ela acrescenta que, antes da cirurgia que realizou, apresentou um projeto de lei juntamente com a deputada federal Maria do Rosário (PT) para a retirada dos tributos federais de eletrodomésticos.

“Muitas pessoas pessoas perderam seus eletrodomésticos durante as enchentes e chuvas que afetaram algumas regiões do país. Dessa forma, essas pessoas terão que comprar equipamentos novos e a retirada desses tributos para essas pessoas que foram afetadas poderá ajudá-las na reorganização das suas vidas”, assegura. “Este projeto ainda não foi aprovado e estamos pedindo urgência nisso, porque será apenas para os municípios que foram afetados. Ele mostrará para as lojas e dará um atestado para as famílias que foram atingidas, e isso valerá apenas para esse momento”, pondera.

Gleisi ainda comenta que é importante que não exista disputa política nesse momento, porque ele é muito triste e qualquer ajuda humanitária é bem-vinda. “Nós não usamos drama e tragédia das pessoas para fazer disputa política, então em um momento como esse é importante que as forças sejam unidas em prol de ajudar essas pessoas. O Estado, os Municípios e o governo federal têm que fazer as suas partes”, conclui.

Guerra entre Israel e Hamas

A presidente do PT ressalta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma postura exemplar em relação à questão da guerra entre Israel e o Hamas. “Desde o início ele denunciou e se colocou contrário a qualquer ato de violência. Ele denunciou o ato de violência do Hamas e também afirmou que não poderia ter uma reação de Israel que atingisse a população civil”, assegura. “O que estamos vendo é um ódio de parte à parte, em que já morreram muitas pessoas, tanto em Israel quanto em Gaza. Tinha que existir um cessar-fogo, porque não é possível que a humanidade caminhe para uma situação como essa”, complementa.

Ela pontua que o presidente Lula ligou para todos os chefes de estado e todos que acompanham o Conselho de Segurança da ONU pedindo para aprovar a resolução que condena o Hamas e as suas ações, e também condenando as ações de Israel. “O pedido era para ter paz e sobretudo abrir um corredor humanitário para tirar as pessoas de lá, porém isso não foi permitido. Os Estados Unidos entraram com um veto na resolução, porque estão apoiando incondicionalmente Israel”, ressalta.

A deputada aponta que o Brasil está fazendo um grande esforço para tirar todos os brasileiros de lá. “Foi uma das ações mais eficientes que nós já vimos de retirada de vítimas e potenciais vítimas”, finaliza. “A proposta apresentada pelo Brasil foi aprovada por 12 países, então não deveria somente um país [Estados Unidos] vetar a resolução e impedi-la de ser aprovada. O que me parece é que é uma máquina de guerra, vontade de vender arma, e é isso que está por trás desses conflitos”, pontua.

Eleições municipais

Gleisi comenta que o PT ainda está discutindo sobre as eleições municipais que acontecem em 2024. “Aprovamos uma resolução do diretório nacional do PT, na semana passada, orientando os municípios a agilizar essa discussão. A nossa preferência é por definir ainda neste ano onde teremos candidatos e alianças. Gostaríamos de ter candidatos nos maior número possível de municípios, porém temos que ter candidatos competitivos e não lançá-los somente por lançar”, destaca.

Ela acredita que o PT precisa se concentrar muito em relação às chapas de vereadores. “Nós temos condição de dobrar e até mesmo triplicar o número de vereadores em todo o país. Nós podemos colocar muitas mulheres, negros e jovens para serem candidatos, porque dessa forma estaremos estimulando a diversidade dentro da política, renovando o cenário, e esse é o nosso principal foco”, afirma.

Política econômica do PT

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, criticou os rumos econômicos que o presidente Lula tem dado ao Brasil. Na ocasião ele apontou que a agenda seria ‘antiga, defasada e que não estaria mudando estruturalmente o país’.

A presidente do PT aponta que a política econômica que Eduardo defende que é antiga. “Ele defende essa política econômica liberal que traz tanta desigualdade social para o país e olha as pessoas somente como um número, isso que é antigo”, argumenta. “Ele só conseguiu acertar as contas do Rio Grande do Sul, porque deixou de pagar dívidas. Teve um período de negociação com o governo federal que foi suspenso o pagamento da dívida, inclusive na pandemia isso também aconteceu. Se não fosse isso, ele não teria conseguido”, complementa.

Ela pontua que o governo Lula está retomando um modelo de desenvolvimento inclusivo, e dessa forma retomando a geração de empregos no país. “O desemprego está caindo e estamos conseguindo aumentar a renda das pessoas. Veja como foi importante o Lula determinar que o salário mínimo tinha que ter um aumento real. Em janeiro ele subirá mais R$ 100, e isso é fundamental para quem trabalha e também para os aposentados”, assegura. “Nós temos milhões de aposentados que dependem do salário mínimo e não estavam tendo reajuste, e dessa forma estavam passando por situações de dificuldade . O aumento do salário mínimo enriquece a economia nacional”, acrescenta.

Outra ação do governo federal que Gleisi pontua como benéfica para a economia foi a desoneração da tabela do imposto de renda para trabalhadores que ganham até R$ 2.640 mil. “Essas pessoas terem deixado de pagar o imposto de renda fez com que a renda das famílias melhorasse. O ‘Desenrola Brasil’ também foi algo muito benéfico para a economia, porque permitiu com que existisse uma negociação das dívidas das famílias”, afirma.

“Para que todas essas ações sejam possíveis é preciso que exista a presença do Estado, recursos que o governo federal coloca à disposição para melhorar a vida das pessoas. Ainda existem muitas coisas a melhoras, mas as políticas que o governo Lula tem implantado têm melhorado a vida das pessoas e é isso que realmente importa para quem governa o país”, finaliza.

Confira a entrevista completa: