Segunda-feira, 25 de Agosto de 2025

Padre suspeito de abusos é preso durante ‘Operação Lobo em Pele de Cordeiro’

2025-08-25 às 11:31
Foto: Nucria Cascavel

Um padre de 41 anos foi preso na manhã deste domingo (24) durante a operação “Lobo em Pele de Cordeiro”, deflagrada pela Polícia Civil do Paraná por meio do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA), com sede em Cascavel. A ação envolveu o cumprimento de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em locais vinculados ao investigado, incluindo sua residência e um consultório onde oferecia atendimentos terapêuticos.

As investigações começaram oficialmente em 16 de julho de 2025, a partir de um relatório da Agência Regional de Inteligência do 5º Comando Regional da Polícia Militar, que apontava indícios de abuso sexual contra adolescentes. Os fatos apurados remontam a 2010, época em que o suspeito ainda era seminarista.

Segundo a Polícia Civil, o padrão de comportamento observado envolve o suposto aliciamento de adolescentes em situação de vulnerabilidade social e de jovens envolvidos com atividades da igreja. As abordagens teriam sido feitas mediante promessas de dinheiro, presentes, viagens ou convites para pernoitar na residência do suspeito.

A Diocese de Cascavel informou ao CGN que afastou o padre de suas funções religiosas no dia 14 de agosto, após a apresentação dos primeiros indícios durante o inquérito. Ele exercia o cargo de pároco em uma paróquia da região até o final de 2024.

Além das acusações de natureza sexual, a apuração também inclui possíveis irregularidades na gestão financeira da paróquia e prática ilegal da medicina, por meio de terapias oferecidas em consultório próprio. Um episódio anterior, datado de 2010, também está sob análise, envolvendo uma tentativa de abuso contra outro seminarista na mesma região, o que pode indicar reincidência.

Até o momento, 11 pessoas prestaram depoimento à Polícia Civil. Três vítimas já foram formalmente identificadas, sendo uma delas menor de idade à época dos fatos.

A prisão temporária foi decretada pela Justiça após constatação de que o investigado teria tentado entrar em contato com possíveis vítimas e testemunhas, o que, segundo a investigação, poderia comprometer o andamento do inquérito. O suspeito permanece detido e à disposição do Poder Judiciário.