O Paraná está entre os 12 estados selecionados pelo Ministério da Saúde para iniciar a implementação do teste de biologia molecular DNA-HPV no Sistema Único de Saúde (SUS). O método inovador foi lançado no Estado por representantes do MS nesta sexta-feira (15) e integra o novo modelo nacional de rastreamento organizado do câncer do colo do útero, identificando a presença do vírus causador da doença mais precocemente. Foi iniciado o projeto-piloto em Rio Branco do Sul e Curitiba.
A tecnologia é 100% nacional e foi desenvolvida pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O teste detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), identificando a presença do vírus no organismo antes do surgimento de lesões ou do câncer em estágios iniciais, inclusive em mulheres assintomáticas. Isso aumenta as chances de cura por meio do tratamento precoce e contribui para reduzir o tempo de espera por atendimento especializado no SUS.
Tradicionalmente, o rastreamento da doença é feito pelo exame citopatológico, o Papanicolaou, que mostra alterações celulares causadas pelo vírus. O teste de DNA-HPV, no entanto, detecta diretamente a presença do HPV, permitindo identificar a infecção antes das alterações celulares. Essa característica garante maior sensibilidade diagnóstica, intervalos maiores entre os exames (que passaram de três para a cada cinco anos) quando o resultado é negativo e evita intervenções desnecessárias.
“O teste desenvolvido pelo IBMP permite identificar o vírus antes mesmo que ele cause alterações celulares no colo do útero, garantindo mais prevenção e cuidado às mulheres paranaenses. Hoje, iniciamos o piloto em Rio Branco do Sul e Curitiba com os primeiros 300 kits, e essa fase nos deixa confiantes e esperançosos para implantar essa iniciativa em todo o Paraná”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Terceira mais frequente
O câncer do colo do útero é a terceira neoplasia mais frequente em mulheres brasileiras e a quarta causa de morte por câncer entre elas. O HPV é o principal fator de risco, responsável por 17 mil novos casos estimados ao ano no país, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), que aponta uma taxa de 15 casos para cada 100 mil mulheres. Segundo o Inca, a estimativa é de 790 novos casos desta doença para os anos de 2024 a 2026 no Estado.
O diretor-geral da Sesa, César Neves, acompanhou o lançamento da nova iniciativa do governo federal em Curitiba e Rio Branco do Sul, nesta sexta-feira (15). “O Paraná mais uma vez sai na frente, sendo escolhido como um dos estados que vai participar desta organização tão importante, na introdução de uma nova testagem com maior detecção”, disse.
Os dois municípios paranaenses receberam 300 kits de coleta de exames iniciais e devem receber mais 3,2 mil nas próximas semanas. O início da testagem com o novo método depende da disponibilidade de treinamentos que serão ofertados pelo Ministério da Saúde.
Além do Paraná, foram escolhidos para o projeto-piloto os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Recife, Rondônia, Goiás e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal. A expectativa é que o novo método seja implementado em todo o Brasil até o final de 2026.
Presenças
Participaram do lançamento da iniciativa em Curitiba e Rio Branco do Sul a representante da Superintendência do Ministério da Saúde no Paraná, Vanessa Vernizi Garcia; o presidente da Fiocruz, Mário Moreira; o diretor-presidente do IBMP, Pedro Barbosa; a deputada estadual Márcia Huçulak; a prefeita de Rio Branco do Sul, Karime Fayad; a secretária de Saúde de Curitiba, Tatiane Filipak, representando o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Paraná; a secretária da Saúde de Fazenda Rio Grande, Monique Costa Budk; servidores e técnicos da Sesa e das secretarias municipais de saúde das duas cidades.
da AEN