O Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) possui em seu corpo técnico 56 estudantes bolsistas e mais sete pesquisadores contratados para desenvolver projetos que melhorem o monitoramento ambiental não somente no Paraná, mas em todo o Brasil. No Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, comemorado nesta terça-feira, 8 de julho, a instituição homenageia os profissionais que tornam o trabalho do Simepar cada dia mais eficaz.
Entre os integrantes da equipe está a mestre em engenharia ambiental Maria Fernanda Dames dos Santos Lima. Ela entrou como bolsista no Simepar em 2023 e foi contratada como pesquisadora em junho de 2025, para o departamento de Hidrologia. A pesquisa de Maria Fernanda é focada na avaliação do desempenho dos sistemas de previsão de vazão e nível, implementados e operados pelo Simepar. O trabalho também abrange a análise de dados de precipitação e a proposição de melhorias nos sistemas existentes, incluindo novos pontos de interesse para o monitoramento e o aprimoramento das previsões hidrológicas.
“Atualmente nossos principais clientes são usinas e também empresas de saneamento, como a Copel e a Sanepar. Nossos modelos conseguem gerar uma estimativa de previsão de vazão para os pontos de interesse e essa previsão auxilia, por exemplo, no gerenciamento dos reservatórios e na prevenção de desastres naturais”, detalha Maria Fernanda.
Um dos locais monitorados na pesquisa de Maria Fernanda é o município de União da Vitória, cidade que enfrenta problemas com enchentes e que já recebe informações do Simepar através da Defesa Civil, para desocupar os pontos de risco antes de um alagamento. Fora do Paraná, também são monitorados pontos no Mato Grosso, São Paulo e está prevista uma expansão do trabalho para o Espírito Santo.
Já o meteorologista e cientista de dados Vinícius de Souza Cebalhos tem a pesquisa centrada no nowcast, que é a previsão do tempo em curtíssimo prazo – especialidade do Simepar. Ele integra dados de satélite, radar meteorológico e modelos numéricos para gerar previsões rápidas e precisas e ajudar os meteorologistas do plantão e clientes dos setores de energia, agricultura e a própria Defesa Civil. A pesquisa irá gerar uma nova ferramenta, chamada de BrainCast.
Em uma linha correlata, o também meteorologista mestre em estatística aplicada à climatologia, Rodrigo Lins da Rocha Júnior, trabalha com estimativa e espacialização da precipitação, integrando dados de radar, satélite e estações de superfície. Sua pesquisa lança mão da inteligência artificial e aplicação de métodos estatísticos avançados para controle da qualidade de dados visando a melhor estimativa da chuva.
“A partir da geração dos dados de precipitação mais precisos, os resultados são utilizados para previsão na sala de operação do Simepar e também como insumo para modelos hidrológicos e modelos agroclimáticos. No que se refere ao agro, tais modelos atendem demandas de agricultura de precisão, como o gerenciamento ótimo de irrigação e estimativa de produção agrícola, entre outras aplicações”, detalha Rodrigo.
Seniores
O Simepar também conta com uma equipe de pesquisadores seniores. São quatro professores que fizeram a diferença no Paraná e continuam contribuindo para a evolução tecnológica e do meio ambiente de todo o Brasil através de projetos desenvolvidos em parceria com o Simepar, e em benefício da sociedade.
O professor Tobias Bleninger possui doutorado em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambientais pelo Karlsruhe Institute of Technology (2006), na Alemanha. Através de um convênio com a Sanepar ele chegou ao Simepar, onde realizou um projeto envolvendo equipamentos acústicos para medição de vazão. A parceria de Bleninger com o Simepar continua no projeto Infohidro, para o qual ele criou os indicadores da qualidade de água. O Infohidro é uma plataforma de informações estratégicas, baseadas em dados especializados para o auxílio à tomada de decisão e uso sustentável dos recursos hídricos.
Os temas de pesquisa atuais de Bleninger são estudos de projetos de hidráulica de hidrovias e fenômenos de transporte em reservatórios. Com o Simepar, o professor desenvolve atualmente uma publicação científica sobre os indicadores do Infohidro, e auxilia em produtos futuros que devem envolver a ampliação do uso do sensoriamento remoto.
Já o professor Edson Peters era técnico em Agropecuária quando se formou em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1986. Ele concluiu o mestrado entre a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a UFPR em 1998, e o doutorado em 2002 com a UFPR e a Universidade de Burgos, na Espanha. Em 2021, Peters passou a integrar uma equipe de pesquisa com o Simepar e Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), trabalho que desenvolve até hoje.
Ele acompanha ações civis públicas de danos ambientais que resultam em acordos judiciais, conversão de multas em programas ambientais e Termos de Acordo administrativo. O projeto de pesquisa investiga os dispositivos legais que permitem a negociação e a autocomposição de danos ambientais no Brasil, avalia as vantagens desses acordos que põem fim em demandas judiciais.
Além disso, investiga os benefícios para a sociedade e como as entidades públicas e as instituições de ensino, pesquisa e tecnologia podem obter recursos derivados desses acordos. Em parceria com o Simepar, Peters está concluindo o trabalho, que deverá gerar um manual que sirva para orientar os gestores públicos e outros envolvidos em situações similares no futuro.
Também integrante da equipe, o professor Eduardo Felga Gobbi é engenheiro civil, doutorado em Engenharia Oceânica com ênfase em Engenharia Ambiental. Desenvolveu a carreira atuando na promoção da interação entre o setor acadêmico, o setor produtivo e o setor governamental, tendo atuado diretamente nos três setores durante a vida profissional.
Depois de participar de vários projetos importantes para o meio ambiente no Paraná, desenvolve atualmente pesquisas sobre a segurança hídrica e a criação de estratégias para, mesmo diante dos riscos de seca, minimizar os riscos de desabastecimento. Também segue atuando em uma parceria entre o Simepar e a Sanepar, que inclui o aperfeiçoamento dos manuais de obras de saneamento.
Além de Gobbi, o time também conta com Reinaldo Silveira, Ph.D. em Matemática Aplicada pela Universidade de Essex, no Reino Unido (1999). Silveira participou como instrutor e pesquisador no Projeto PREVDA para implementação do Centro Integrado de Desastres e Alerta Antecipado de Eventos Meteorológicos e Hidrológicos Severos (CIMHAC) para a América Central. É membro de várias comissões nacionais e internacionais e integra a Organização Meteorológica Mundial como especialista na comissão de clima.
Desde 2007 é pesquisador do Simepar, onde atua em radar meteorológico, análise de dados climáticos e modelagem numérica regional para aplicações climáticas e eventos meteorológicos severos. Junto com o Simepar, participou de projetos como o ParanaClima,Finep Simpat, Sinal-Sos E Adapt; Wmo Swfdp; Prevsin; Verificação Previsão Hidrológica e NWP; Dendroecologia com a UFPR; Previsão Numérica do Tempo Clima com modelos Icon/Cosmo/Cclm; DCSC para implantação do Radar de Lontras em SC.
da AEN