Em entrevista exclusiva ao programa Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero, na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (02), o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette, falou sobre agronegócio, infraestrutura e política. No início da conversa, Ágide destacou que a FAEP foi uma das primeiras entidades que lutou para ter uma política de seguros na área rural. “Técnicos nossos foram para Espanha, Estados Unidos, México, países que tinham a questão de seguros para que nós possamos dar o seguro rural no Brasil. Como custo, um negócio novo, que não é que todo mundo estava participando, aí tinha de ter aí equilíbrio nas taxas e o Governo Federal na época alocou verbas para ajudar a equalizar a taxa de seguros para ser palatável para que os nossos produtores plantassem”, afirma. O presidente complementa apontando que o setor apresentou crescimento durante o período de governo do ex-presidente Bolsonaro.
“Fizemos um trabalho muito grande no Paraná para que eles aderissem ao seguro. A queda de safra nem muito barulho fez porque a maioria do pessoal estava com seguro, cobriu seus custos, e a agricultura continuou trabalhando e produzindo. Nós, no anos passado, tivemos um superávit de R$ 62 bilhões e a estimativa é chegar a R$ 71 bilhões. Isso tudo mostra a importância do agronegócio para a economia nacional e para a economia paranaense. Temos, além é claro de comida na mesa da população, temos diversas partes do mundo em que buscamos exportar”, aponta.
Meneguette relembrou ainda o processo de aquisição de status de estado livre da febre aftosa, com o processo passando pelas gestões Jaime Lerner, Hermas Brandão e Cida Borghetti. “Tivemos a criação da ADAPAR (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) e tivemos um avanço no Paraná inteiro. Tivemos o processo de certificação e pedimos para o governador Beto Richa. A Cida Borghetti pediu a auditagem final. Outra mulher, a Tereza Cristina (então ministra da agricultura), ajudou a encaminhar o processo de reconhecimento. Isso tudo ajudou na questão da agricultura e pecuária. O Paraná passou a fazer parte do seleto grupo que tinha questão sanitária testada por uma organização internacional. Isso foi muito bom”, declara.
Ao falar sobre a relação do Governo Federal com o agronegócio, o presidente da FAEP acredita que a atuação do atual ministro, Carlos Fávaro, deixa a desejar, mas que a instituição tem trabalhado com a bancada ruralista do estado, citando Zeca Dirceu e Ricardo Barros. “Tenho certeza que todos os problemas presidente Lula está enfrentando, uma hora dessas vai ter tempo para nós sentarmos e conversar. Nós lembramos que no primeiro e segundo governo Lula nós tivemos todo o apoio necessário”, afirma.
Rodovias
Ao ser questionado sobre os problemas envolvendo rodovias e transportes no estado, Meneguette aponta que se trata de um problema crônico com uma causa específica. “Nós contratamos um geólogo para fazer um trabalho e ele deixou muito claro: acontece falta de manutenção. Infelizmente temos um secretário de Transportes que pode entender muito de outros negócios, mas o estado que as rodovias estão no Paraná mostra claramente que ele não está executando corretamente a função”, afirma.
Além disso, o presidente da FAEP aponta que a questão das concessões do pedágio e a atualização das estradas são entraves para o desenvolvimento do estado. “Aonde você já ouviu falar e se faz um leilão e só aparece um candidato? Não é esquisito isso? Nós vimos todo mundo batendo bumbo lá em São Paulo, na B3. E a conta está aí, não conseguiram agilizar. Eu acredito que se pegarem o novo governo, o Paraná, quem sabe em 2025, 2026 ou 2027, terá um quadro diferente”, afirma. Ele finaliza declarando que a FAEP tem a consciência tranquila sobre o assunto. “Trabalhamos muito, gastamos dinheiro com especialistas para fazer os trabalhos para a gente alertar e não fomos ouvidos”, diz.
Confira abaixo a entrevista na íntegra: