Segunda-feira, 19 de Maio de 2025

Ponto de Vista: ‘Avanço do Porto é o avanço do Estado’, frisa secretário de Infraestrutura, Sandro Alex

2023-09-16 às 09:49
Foto: Jonathan Campos/Secom

“Temos o porto mais eficiente do Brasil”, salienta o secretário de Infraestrutura do Estado do Paraná, o deputado federal licenciado Sandro Alex de Oliveira, em bate-papo exclusivo durante o Ponto de Vista, programa de João Barbiero, excepcionalmente apresentado por Márcio Martins, na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (16). Sandro Alex frisa que, pela quarta vez consecutiva, o Porto de Paranaguá é considerado o de melhor gestão portuária do país. “O avanço do Porto é o avanço do Estado. É a consequência da riqueza de todo o Estado do Paraná”, ressalta.

“É uma alegria, porque Paranaguá passa a ser uma referência também em gestão portuária. Estamos com uma obra muito complexa lá, de quase R$ 1 bilhão, que é a chegada dos trens. Estamos trabalhando para que o Paraná possa, novamente, discutir o modal ferroviário, que se iniciou com D. Pedro [II] e, depois disso, pouco se fez. Estamos trabalhando para uma chegada lá no porto chamada moegão, que vai poder ampliar a movimentação de carga por trens”, aponta.

O novo moegão deve reorganizar a logística de exportação no porto de Paranaguá, ao centralizar as descargas dos trens. Ele deve ser instalado numa área de 595.267m² e interligar 11 terminais que integram o corredor leste de exportação, criando um sistema exclusivo de descarga ferroviária de grãos e farelo. Assim, aumenta em 63% a capacidade de descarga: de 500 para cerca de 900 vagões por dia. A estrutura vai contar com três linhas diferentes, com capacidade de movimentar cerca de 2 mil toneladas por hora.

Além do ganho em eficiência, o moegão representa economia de 30% nos custos de transporte e diminui impactos ambientais, com a redução de 73% na emissão de C02. A obra vai permitir que o transporte da carga dispense o uso de desmembramento das composições e manobras dos trens, o que melhora, também, o trânsito em Paranaguá.

O Porto de Paranaguá, de acordo com o secretário, tem batido recordes de movimentação, com avanço gradual anual e um nível de profissionalismo que o situa em posição de destaque no Brasil. “É uma referência para o país, inclusive, em sustentabilidade e discussão de novas pautas e é consequência de toda a riqueza do Estado. Qualquer região do Estado, seja no Sudoeste, seja no Oeste, o resultado é a exportação dentro de Paranaguá. Tanto que tenho percorrido o Paraná para mostrar para cada cidade o quanto cada uma tem de riqueza no Porto. Recentemente, em Cascavel, estive no Sinduscon [Sindicato da Indústria da Construção Civil Oeste do Paraná], mostrando o quanto Cascavel exporta no Porto e para quem eles exportam”, cita.

Cascavel exporta uma gama de produtos para a China. Maringá é a cidade paranaense que mais exporta no Porto de Paranaguá; Ponta Grossa vem logo em seguida, na segunda posição do ranking. Em seis meses, Ponta Grossa exportou um volume de R$ 5 bilhões e o principal mercado de destino dessa produção, conforme Sandro Alex, é a Polônia. “O interessante é que cada cidade tem suas relações com o Porto. Quando você extratifica, você vê o tanto de riqueza que o Paraná manda para o Porto, que é uma referência para o Brasil e, sem dúvida, para o Estado do Paraná. Temos cuidado muito do Porto, que é uma joia, para que ele possa avançar”, diz.

Sandro Alex anuncia que o Governo do Estado deve, até o fim de 2023, fazer o leilão de todos os terminais do Porto. “O Porto tinha contratos precários, que estavam sem uma organização. Profissionalizamos: mandamos para a Bolsa de Valores os terminais e agora vamos, com o PAR 09, que é o novo T na água, para poder ampliar a movimentação de navios”, destaca. Com 4km de extensão, o Porto de Paranaguá consegue movimentar o equivalente a 37,5% da movimentação de Santos, que é cinco vezes maior, com 20km. Nessa proporção, se o Porto de Paranaguá tivesse os mesmos 20km de extensão que o de Santos, seria capaz de movimentar 300 milhões de toneladas, quase o dobro do montante santista. “O Porto de Santos movimenta 160 milhões de toneladas e nós conseguimos atingir 60 milhões. Por isso que somos o Porto mais eficiente: conseguimos, em um tamanho menor, movimentar muito mais que os demais portos”, compara.

Já a movimentação de Antonina, por ser característica e com produtos específicos (fertilizantes), é menor. “Vamos melhorar o acesso com uma rodovia sendo feita em concreto, que é a Matarazzo”, diz.

 

Ponte de Guaratuba

 

A Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL) tem a expectativa de, nos próximos dias, iniciar as obras da Ponte de Guaratuba. Nesta semana, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou a liminar do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que pedia suspensão das obras. “O projeto está sendo finalizado, a empresa está contratada, o dinheiro está depositado, condicionantes ambientais sendo feitas com o Ministério Público (MPPR). Queremos essa obra sendo feita o mais rápido possível, como foi a engorda de Matinhos”, pontua o secretário Sandro Alex.

Outros importantes anúncios para a região litorânea são a ordem de serviço para a pavimentação em concreto em Antonina; a nova ponte metálica em Morretes e a descida da Serra da Graciosa sendo estudada pelo DER-PR, assim como a Ponte do Valadares, em Paranaguá.

 

Modal ferroviário

No que se refere ao transporte via trens, o Paraná discute a renovação da Malha Sul e a nova Ferroeste. “São dois projetos estratégicos para o país e, sem dúvida, para o Paraná. Da Ferroeste, o governador não abre mão, vai tocar esse projeto. Pode haver uma convergência com a Malha Sul? Na minha opinião, pode e deve. Os dois têm que dialogar, ambos são prioridades no PAC. Ambos devem se sentar à mesa e discutir, porque o objetivo é um só: chegar ao Porto. Temos carga e Porto, mas temos que ampliar a movimentação. Tem novos traçados, novos projetos, já estamos na fase de licenciamento da Ferroeste. O que der para compatibilizar, vamos compatibilizar. O Estado do Paraná tem que avançar no modal ferroviário”, analisa.

O secretário discorda que o investimento no modal ferroviário tire empregos dos caminhoneiros. “O caminhão sempre vai ter espaço. Talvez vai ter viagens mais curtas. O que não se concebe hoje é fazer uma viagem quanto os caminhões estão fazendo, com os caminhoneiros virando dias sem dormir, usando ‘rebite’. Serão viagens mais curtas, até porque não tem estação de trem e ferrovia em todo lugar. Vai ter que existir o caminhão. Mas hoje temos um tráfego de longa distância, que é do modal ferroviário”, justifica.

 

Legado

 

Sem dúvida, o trabalho da Infraestrutura é de deixar um legado para o Paraná, tanto na concessão de rodovias, que era, para nós, uma mancha, como também o Porto de Paranaguá com uma boa gestão, um trabalho com o setor produtivo muito forte, ouvindo as cooperativas, as indústrias e a sociedade e fazer com que as famílias viajem em segurança. O pai de família quer chegar ao destino sem se envolver em acidente e o setor produtivo quer pagar menos e chegar mais rápido”, avalia.

Nesse sentido, o trabalho deve chegar a cidades mais remotas, como é o caso de Doutor Ulysses, que apesar de integrar a Região Metropolitana de Curitiba (RMC), está situada no Vale do Ribeira, na divisa com o Estado de São Paulo e é o município de menor IDH no Paraná. “É uma cidade que não tem pavimento. A rodovia estadual não é pavimentada. É uma cidade que não tem ligação asfáltica. Vamos dar o primeiro lote, o primeiro trecho para poder finalizar. Queremos chegar em Doutor Ulysses e Guaraqueçaba, são duas cidades que ainda não têm asfalto”, diz. A rodovia estadual que passa por Doutor Ulysses é a PR-092, que tem cerca de 30% de seu trajeto – um trecho de aproximadamente 110km, entre Cerro Azul e Doutor Ulysses – sem pavimentação. A PR-092 liga Curitiba à divisa com São Paulo, na altura de Palmital (SP) e coincide com a BR-153, no Norte Pioneiro, num trecho de 30km, e com a PR-151, em Jaguariaíva, num trecho de cerca de 7km.

O caso de Guaraqueçaba, no litoral, é um caso mais difícil no que concerne à pavimentação, por estar em área de reserva de Mata Atlântica. “Há muita discussão ambiental. Não se pode nem colocar asfalto lá. Tem que se discutir como fazer o projeto. Mas estamos avançando e está no banco de projetos. Vamos abrir o edital para poder fazer o estudo. Já em Doutor Ulysses, vou abrir o edital para fazer a construção do primeiro trecho”, diz.

Sandro Alex observa que esses dois municípios sem asfalto em rodovias estaduais são apenas dois exemplos, entre inúmeros, em todo o Paraná, como era o caso da PR-364, na ligação entre os municípios de Irati e São Mateus do Sul e, consequentemente, entre a BR-153 e a BR-476. Havia décadas que os moradores dos dois municípios esperavam pelo asfalto, que foi concluído no mês passado. A obra, de R$ 129 milhões, foi contratada em 2018.

Outra região de baixo IDH que recebe melhorias de pavimentação fica entre Imbaú e Reserva. “Onde faltou estrada, o IDH é baixo. Onde tem rodovia duplicada, onde tem atendimento de estrada: desenvolvimento. Onde não chegou a estrada, onde não tem ainda asfalto, você tem uma região precária, com baixo IDH. Por isso, temos que ter a cobertura do estado dando não só segurança viária, mas também levar desenvolvimento”, analisa. Por isso, de acordo com o secretário, o Governo do Paraná vai investir mais R$ 100 milhões em projetos de novas rodovias, ligações e contornos.

“Estamos presentes em todas as regiões do estado. Às vezes, é uma obra grandiosa, como a Ponte de Guaratuba, que vai concretizar o sonho do paranaense, que é ligar Guaratuba ao Estado do Paraná. Mas também, muitas vezes, é uma pequena obra, numa região distante, que faz falta para aquela comunidade. Então, se tem uma obra grandiosa, como a segunda ponte Brasil-Paraguai, como pode ser uma pequena obra que muda a vida e a mobilidade daquela pessoa”, complementa.

Sandro Alex destaca que a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística possui obras estratégicas em todo o Paraná, que somam investimentos de mais de R$ 8 bilhões, distribuídos em mais de 400 obras, além de serviços de manutenção de rodovias estaduais (as PRs). Por meio do Programa de Segurança Viária das Rodovias Estaduais (PROSEG), o Estado está colocando “olhos de gato” e sinalização vertical e horizontal nas rodovias.

 

Ponto de Vista

Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.

A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz;  T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa  99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz; T Brasilândia do Sul 105,3MHz; T Ibaiti 91,1MHz; T Palotina 97,7MHz; T Dois Vizinhos 89,3MHz e também na T Londrina 97,7MHz.

Confira a entrevista na íntegra: